Perfil fake usa nome de produtor de eventos para destilar racismo: “Chupe-chupe de petróleo”

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Mais de 100 pessoas entre homens e mulheres foram vítimas de um perfil fake criado nas redes sociais com o nome do produtor de eventos Kuei Felipe, idealizador do Baile do Fera em Belo Horizonte. Kuei Felipe descobriu que tinha sido vítima de falsidade ideológica após começar a sofrer várias ameaças de morte pelas redes sociais na última quarta-feira (6).

O perfil fake entrava no perfil das pessoas oferecendo vaga de emprego. Porém, a conversa ia ganhando novo formato assim que as pessoas começavam a responder a oferta de emprego. Na última terça-feira (5), Tayná Cristina compartilhou com indignação o print da conversa que teve em sua rede social com o perfil de Kuei Felipe. Ele estava oferecendo uma vaga de emprego, interessada pela vaga  Tayná entrou em contato. Porém, em determinado momento da conversa o perfil começou a assediar e agredi-la com palavras racista.

“Ele pergunta qual tipo de cueca devia vestir para ficar deitado nesse calor”

Revoltada com o assédio, o aconselhou para parar, ou então iria bloqueá-lo. Não satisfeito, o perfil começou a agredi-la com palavras racistas.

Print da conversa (Foto: Reprodução / Internet)

“Tenho vergonha da sua raça, sua raça não devia existir” diz o agressor. Ele ainda continua a agressão dizendo que “se a poluição é da cor negra, é por causa da sua raça”.

Após a postagem, muitas pessoas começaram a comentar e cogitar a possibilidade de ser um fake, pois o produtor de eventos não tem conta no Facebook. Kuei Felipe diz que conseguiu entrar em contato com as 100 pessoas agredidas

“Entrei em contato com cada uma das pessoas explicando que não fui eu e que também fui vítima, pois criaram um perfil falso com o meu nome para propagar o racismo ”, comenta.

(Foto: Reprodução / Internet)

Tayná ficou muito abalado pelo acontecido, mas fez questão de conhecer o verdadeiro Kuei Felipe e conseguiu esclarecer todo o ocorrido. “Conheci ele olho no olho e vi que jamais ele faria isso. Estamos juntos para tentar descobrir quem fez isso. Tanto eu quanto ele sofremos muito, por causa dessa mentira criminosa. Vamos acionar a justiça  para que nossos nomes e histórias sejam restaurados”, diz Tayná .

O produtor de eventos diz que ficou feliz em conseguir esclarecer tudo que aconteceu e diz que repudia o racismo e toda discriminação. 

“ Eu trabalho direto com o público, sou de favela , graças a Deus eu consegui  vencer. O funk é muito discriminado, e mesmo assim estou conseguindo vencer essa barreira. Hoje eu vou começar uma campanha contra todo o racismo, discriminação. Isso me fez pensar como o ser humano está ruim. É uma bandeira que eu vou começar a defender”, relata o produtor.

Outros casos

Ariane Bruna, também foi vítima do perfil de Kuei Felipe, que desde o dia 21 de janeiro vem tentando conversar com ela através do mensager do Facebook. “Ele me mandou me mandou um oi, no final de abril e eu resolvi responder, me perguntou se eu podia ajudar em uma coisa. Quando disse pode falar, ele veio perguntando qual cueca usar nesse calor”, diz Ariane.
Não tendo as investidas aceita, o perfil começou a desferir palavras racistas contra Ariane. “O coronavírus está aí porque você é negra e trouxe a peste negra anos atrás.” Após a postagem que elas fizeram nas redes sociais, denunciando o ocorrido, muitas pessoas começaram a comentar e cogitar a possibilidade de ser um fake, pois o produtor de eventos não tem conta no Facebook. Segundo Ariane Bruna , até o momento não foi procurada pelo produtor para esclarecer o ocorrido.

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