Nesta terça-feira (11), 12 pacientes que perderam ou tiveram a visão comprometida após realizarem um procedimento de cirurgia de catarata em um mutirão em São Paulo, começaram a ser acompanhados por uma equipe especial no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto (SP), e foram informados por médicos que o quadro pode ser irreversível. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito para investigar o ocorrido.
Os casos aconteceram em 21 de outubro de 2024, após realizarem um procedimento de cirurgia de catarata no mutirão no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME), em Taquaritinga (SP). Após a cirurgia os pacientes relataram perda parcial ou total da visão no olho operado, dor intensa e vermelhidão.
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Uma das pacientes foi diagnosticada com infecção por uma bactéria que ataca o globo ocular. Tendo a necessidade de passar por um transplante de córnea, mesmo com a segunda cirurgia, ela não tem mais a visão do olho.
O motivo das complicações pós cirúrgicas ainda não foram identificados e o MP-SP também solicitou esclarecimentos dos órgãos envolvidos, e um inquérito policial foi instaurado.
Em visita técnica, membros das vigilâncias sanitárias estadual e municipal identificaram inadequações na Sala de Materiais para Esterilização (SME) do Ame, a área está interditada.
A Secretária de Saúde de Taquaritinga informou que só soube do caso em janeiro deste ano e que já abriu uma investigação para apurar as causas, também foi informado que toda a equipe médica envolvida no mutirão foi afastada de suas funções e todas as cirurgias estão suspensas.
Em nota, o Grupo Santa Casa de Franca, responsável pelo AME de Taquaritinga informou que instaurou uma sindicância interna rigorosa para apuração dos fatos, essa investigação concluiu que houve uma troca de protocolo assistencial, especificamente no preparo cirúrgico, que resultou em um erro. A Santa Casa também informou que forneceu medicamentos, colírios e inseriu os pacientes na fila de transplante de córnea.
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