Venezuela emite alerta máxima e pede que cidadãos deixem os EUA: “Não há sonho americano, só pesadelos”

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Caracas acusou Washington de ser uma "máquina de perseguição contra os migrantes", recordando o caso de centenas de migrantes deportados para uma prisão de segurança máxima em El Salvador - Foto: Pexels

O governo da Venezuela emitiu neste domingo (01), um “alerta máximo de viagem” direcionado aos seus cidadãos, desaconselhando viagens aos Estados Unidos e recomendando que os venezuelanos que já residem no país norte-americano considerem retornar imediatamente à Venezuela.

A medida foi anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela por meio de um vídeo divulgado no canal oficial do chanceler Yván Gil no Telegram. No comunicado, os EUA são descritos como um “país perigoso” onde os direitos humanos “não existem para os migrantes”. O governo venezuelano afirma que os EUA representam uma “ameaça real para a vida, liberdade e dignidade dos venezuelanos e de qualquer latino-americano”.

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Caracas acusou Washington de ser uma “máquina de perseguição contra os migrantes”, recordando o caso de centenas de migrantes deportados para uma prisão de segurança máxima em El Salvador – Foto: Pexels

A chancelaria venezuelana também denunciou casos de perseguição, sequestro e deportação de mais de 250 venezuelanos para El Salvador, onde estariam detidos em condições inumanas e submetidos a tortura psicológica. Além disso, criticou o que chamou de “racismo assassino” nos EUA, alegando que ser latino, afrodescendente ou migrante venezuelano representa um risco de morte. “A polícia atira primeiro e pergunta depois”, afirmou o comunicado.

A decisão do governo venezuelano ocorre após a Suprema Corte dos EUA autorizar a revogação do programa de proteção humanitária que beneficiava mais de 530 mil imigrantes de países como Venezuela, Cuba, Haiti e Nicarágua. Com a decisão, milhares de venezuelanos perderam o direito de viver e trabalhar legalmente nos EUA, ficando vulneráveis à deportação imediata.

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Em resposta, o Departamento de Estado dos EUA mantém a Venezuela no nível máximo de alerta de viagem (nível 4), recomendando que cidadãos americanos não viajem ao país por qualquer motivo e que aqueles que já estão lá saiam imediatamente, citando riscos como detenções injustas, tortura, terrorismo e sequestros.

A escalada nas tensões diplomáticas reflete o agravamento das políticas migratórias sob a atual administração norte-americana e evidencia os riscos enfrentados por comunidades racializadas e imigrantes latinos. Para os venezuelanos nos EUA, o alerta de Caracas é mais um sinal de alerta em meio a um cenário de crescente hostilidade e insegurança.

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