A Universidade Federal de Viçosa (UFV), Zona da Mata de Minas Gerais, reajustou os valores dos Restaurantes Universitários (RUs) de R $1,90 para R $9,00 e se tornou alvo de críticas por parte de estudantes e comunidade acadêmica.
Segundo a instituição, em nota publicada nas redes sociais, a nova política de preços dos RUs se deve, principalmente, aos cortes no orçamento da UFV, por parte do Governo Federal. “Os cortes recentes no orçamento da UFV e a redução dos repasses do Pnaes (programa que subsidia a alimentação estudantil), pelo Governo Federal, obrigaram a Universidade a repensar a política de preços para os RUs. Se essa política não fosse repensada, a UFV precisaria, para 2020, de cerca de R $20 milhões para manter os restaurantes, o que significa o dobro do previsto na Lei Orçamentária Anual”, afirma a instituição.
Ainda segundo a Universidade, o orçamento universitário previsto para 2022 é menor que o de 2021, não sendo possível manter todas as despesas e o funcionamento da instituição. “A UFV não terá como alocar recursos adicionais para a assistência estudantil, a exemplo do que vinha fazendo nos anos anteriores”, diz a nota.
Reações
Nas redes sociais, as reações foram imediatas e contundentes. Uma campanha foi lançada no Twitter, com a #ufvtáosso e vários usuários da rede questionaram o aumento de quase 500%.
Um dos comentários mais recorrentes é sobre a permanência de alunos em situação de vulnerabilidade social na universidade. “A permanência estudantil na universidade está totalmente em risco com esse possível aumento do RU, são milhares de estudantes sem condições financeiras pra se manter caso seja definitivamente aprovado — até porque, quem é que tem mais de 300 reais pra gastar com RU?”, perguntou uma das usuárias.
Segurança alimentar
Em outubro deste ano, Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mostrou que mais da metade da população brasileira está em situação de insegurança alimentar. De acordo com o levantamento, durante a pandemia, 19 milhões de brasileiros, 9% da população, não tiveram certeza se haveria comida em casa, teve que diminuir a qualidade e a quantidade do consumo de alimentos e, em alguns casos, passou fome