Via AFP
A lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recebeu nove adições nesta terça-feira (14), entre danças, festas e habilidades de países por todo o mundo, está a rumba congolesa.
As nomeações foram decididas em sessão do comitê intergovernamental da instituição dedicado à proteção desse patrimônio, que está sendo realizada online entre 13 e 18 de dezembro. O patrimônio cultural imaterial ou “patrimônio vivo”, que engloba tradições orais, rituais e práticas sociais, “é uma herança de nossos ancestrais e transmitido aos nossos descendentes“, diz a Unesco.
Os novos integrantes da lista são:
Rumba congolesa – Gênero musical e dança comum nas áreas urbanas da República Democrática do Congo (RD Congo) e República do Congo, países que a inscreveram em conjunto, a rumba tem origem em “uma dança antiga chamada nkumba (que significa “cintura” em Kikongo)”, indica a Unesco. Os africanos levaram sua música e cultura através do Atlântico por meio do comércio de escravos, o que acabou dando origem ao jazz na América do Norte e à rumba na América do Sul.
Danças de Corpus Christi – As danças de Corpus Christi no Panamá, festa folclórica religiosa e pagã da época colonial, representam a luta entre as forças do bem e do mal. O festival acontece 62 dias após a Quinta-feira Santa, em mais de uma dezena de localidades do país. O espetáculo é baseado em cerca de 30 danças que combinam elementos da liturgia católica com bailes de máscaras diabólicas e roupas coloridas. Tudo ao som de tambores, acordeões, castanholas, violinos, apitos e sinos.
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Caligrafia árabe – A escrita manual do alfabeto árabe é uma prática artística que busca transmitir “harmonia, graça e beleza”, de acordo com o site da Unesco. São usadas 28 letras, escritas de forma cursiva, da direita para a esquerda.
Falcoaria – Praticada há mais de quatro mil anos em várias partes do planeta, a falcoaria é a arte de “treinar e voar falcões (e às vezes águias, gaviões, urubus e outras aves de rapina)”, explica o site da Unesco. A inscrição dessa tradição é assinada por 24 países da Europa, Ásia e Oriente Médio.
Festa de San Juan Bautista – O ciclo festivo de culto a São João Batista (ou San Juan Bautista) é realizado na Venezuela há cerca de três séculos. Essas “práticas e saberes culturais (…) se originaram nas comunidades afro-venezuelanas escravizadas nos domínios coloniais espanhóis” do século XVIII, de acordo com a Unesco.
Grande Festival de Tarija – Esta procissão religiosa celebrada na cidade de Tarija, no sul da Bolívia, homenageia São Roque e acontece desde os tempos coloniais entre agosto e setembro. Durante o Grande Festival de Tarija, milhares de devotos percorrem as ruas com trajes coloridos e enormes chapéus cilíndricos decorados com penas e bijuterias, “expressando sua fé pela dança, música e orações”.
Barcos nórdicos – Há quase dois milênios, povos das atuais Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia constroem pequenos barcos abertos de madeira com um método conhecido como “clinker”, que foi declarado patrimônio imaterial da Unesco. De acordo com o site da organização, “pranchas finas são presas à espinha dorsal da quilha e hastes, e as pranchas sobrepostas são unidas com rebites de metal, pinos ou cordas. O casco do barco é reforçado com armações”.
Pasillo – O pasillo é um ritmo popular nascido no Equador durante as lutas pela independência, que tem seu próprio museu e até uma escola no país sul-americano. Produto da cultura urbana e considerado uma variação da valsa tocada em um compasso 3/4, o pasillo é dançado por um casal com passos curtos e rápidos, explica o site da Unesco. Hoje, porém, trata-se mais de um ritmo para o canto do que uma dança de salão.
Cerâmicas dos indígenas awajún – Foram incluídos pela Unesco os “valores, conhecimentos e tradições” ancestrais dos povos indígenas awajún da Amazônia do Peru – cerca de 83 mil pessoas que habitam cerca de 320 aldeias – associados à preparação da cerâmica. A olaria constitui um elemento significativo de sua cultura, principalmente para as mulheres, que são responsáveis por preservar esse saber tradicional.
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