Em um cruzamento entre as ruas Paraisópolis e Divinópolis, no Bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, na década de 60, o cantor e compositor, Milton Nascimento, se reunia com os irmãos Borges e outros artistas para fundar o Clube da Esquina. Hoje, quase sessenta anos depois, quem vai contar essa história como “Bituca” é o artista Tiago Barbosa. A estreia do musical “Clube da Esquina – Os Sonhos Não Envelhecem”, está prevista para 19 de agosto em BH para cantar sobre um dos mais inovadores movimentos musicais brasileiros.
Tiago Barbosa, assim como Milton Nascimento, nasceu no Rio de Janeiro. Barbosa em São João do Meriti e Milton na Tijuca da década de 40. Tiago conta que o encontro da sua vida com a de “Bituca”, contudo, começou muito antes do convite para interpretar o cantor no musical. “Meu caminho se cruza com o de Milton dentro da minha casa, através do meu pai, que tinha o disco ‘Travessia’. Meu pai ouvia muito Milton, inclusive a voz dele se parecia bastante, e ali eu já era apaixonado por aquela voz curiosa e tão bonita, ali eu já comecei a ficar fascinado pela arte dele”, contou Barbosa em entrevista ao Notícia Preta.
Anos depois, quando fez o teste para a peça “Rei Leão”, Tiago reencontrou Milton Nascimento através da canção “Travessia”. Barbosa conta que foi aquela uma das canções que acalentou o seu coração: “durante o meu processo de audição para ‘O Rei Leão’ no Brasil, num primeiro momento em que pensei que não tinha conseguido passar nos testes, me lembro de estar voltando para a minha casa com um sentimento de tristeza, de desânimo, e uma das músicas que mais me deu colo foi justamente ‘Travessia’ ”.
Apesar da descrença pós-teste, Tiago conquistou o papel de Simba no musical e depois o mundo. Foi protagonista em ‘Kinky Boots’ no papel de Lola, na montagem da Espanha de Rei Leão pela Disney e retornou ao Brasil justamente para atender ao chamado de ser a voz de Milton Nascimento na montagem de Clube da Esquina. “Eu já estava completando meu 6º ano morando fora do Brasil, e eu posso dizer que triunfando, como um homem negro, num país colonizador. E ainda que estivesse namorando uma possibilidade de voltar ao Brasil em algum momento, para poder fazer algum projeto, esse namoro me parecia algo muito distante”, conta Tiago sobre o momento antes de receber o convite da produtora e diretora de elenco, Vanessa Veiga.
Quando o convite finalmente se confirmou, Barbosa conta que aquilo mexeu com ele e não teve como negar. “Digo que o convite chegou em um momento tão ideal, eu senti tanta confirmação de que era pra poder vir, de que esse era o momento; e independente de tudo isso, como não voltar ao Brasil para poder fazer o Milton Nascimento? Como não? Eu não seria louco (risos). Mas é um momento também de muita responsabilidade artística, a de dar voz a essa pessoa, bem quando ele está fazendo sua última turnê”, diz emocionado o artista.
Leia também: Milton Nascimento se despede dos palcos e último show será em BH
A preparação para o espetáculo tem sido de muito estudo e preparação vocal e corporal. Tiago conta que além de estar buscando um corpo mais semelhante ao de Milton Nascimento no início do clube da esquina, também está cantando em um tom que não é ao que está acostumado. “O Milton me leva a esse lugar mais introspectivo, comedido em seus movimentos, as mãos, sua articulação, mas que quando canta é uma explosão!”. O trabalho de preparação ainda inclui assistir as entrevistas e shows do compositor mineiro-carioca, para tentar assimilar as nuances do artista.
“Contar essa história é de grande responsabilidade, e eu não posso dizer que vou fazer a voz igual à do Milton – ou pode ser que sim, pode ser que o público tenha uma grande surpresa (risos) – mas eu quero que o público seja muito ciente de que vou fazer com muita honestidade, muita gratidão e muito respeito a esse homem que é a voz do Brasil”, finaliza Tiago Barbosa. A estreia do musical do Clube da Esquina – Os sonhos não Envelhecem sob a direção de Dennis Carvalho, está prevista para o dia 19 de Agosto, em Belo Horizonte, seguida de temporadas no Rio de Janeiro e São Paulo.
Amo o Milton. Como Cantor, artista, compositor pessoa. maravilhosa. Música preferida. Maria Maria.
Grande Milton Bituca Nascimento. Tenho comigo guardado na memória o show Minas Geraes, no Teatro Guaíra, em Curitiba, em 1977. Na sua saída do Teatro, acompanhado da Maruska, pedimos um autógrafo. Eu disse que sou de Valença, terra da nossa Clementina, no que você escreveu: Ao Haroldo de Valença, de Três Pontas e do mundo.
Muito obrigado por ser esse artista/pessoa que você é.
Desde menininha já gosto do Milton Nascimento…. sempre disse que sou sua fã número 1… que é o meu ídolo… parabéns hoje e sempre felicidades também