Por Juliane Sousa
Duas semanas após uma senhora negra ser resgatada de uma casa de um bairro nobre da capital paulista, por trabalhar em condições análogas à escravidão, outro caso foi denunciado. Desta vez, a vítima é um homem de 61 anos estava em uma fazenda, em São José dos Campos, no interior paulista.
O Sr. Antônio, um homem negro, trabalhava na fazenda desde 2005 no manejo de gado leiteiro. Não tinha salário, registro em carteira e nem direito a férias. Ele cumpria uma jornada de trabalho diária das 5h às 18h, de segunda a segunda. O único benefício era a moradia, um casebre abandonado dentro da propriedade, onde vivia com sua mãe, de 87 anos, em condições insalubres.
Depois de uma denúncia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, o empregador foi preso em flagrante em uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Gerência Regional do Trabalho (GRT) de São José dos Campos e da Polícia Federal. Por ele não ser réu primário, continua preso.
Trabalho análogo à escravidão
Segundo dados da ONG Repórter Brasil, pessoas negras são as mais resgatadas de trabalho escravo no país. A pesquisa registrou 2.043 casos, entre os anos de 2016 e 2018. O estudo revelou ainda que, além de negros, a maioria dos casos é de jovens, nordestinos e sem escolaridade.