UFMG aprova apenas brancos em concurso com uma vaga para negros e vai refazer processo

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Após aprovar somente candidatos brancos em um concurso com uma única vaga afirmativa para negros, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiu anular uma das avaliações que foi considerada irregular por parte dos candidatos. O resultado havia sido divulgado no dia 12 de junho deste ano e agora haverá novo pleito.

A seleção destinava-se ao preenchimento de uma vaga de professor adjunto no Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade (ICB). O grupo de candidatos negros recorreu contra o resultado do concurso junto à universidade, e também formalizou denúncias à Controladoria Geral da União (CGU) e ao Ministério Público Federal (MPF).

Uma das questões denunciadas inclui o fato de que outros candidatos assistiram à apresentação dos seminários dos concorrentes. No entanto, o regulamento do concurso estabelece que “é vedado ao candidato assistir à realização das provas dos demais candidatos”.

Universidade reconhece que, durante a seleção, “não foram observados” itens previstos no edital. Foto: Lucas Braga/ UFMG

A decisão da UFMG informa que uma nova data para a seleção será divulgada posteriormente. No comunicado, diz que os candidatos serão “convocados com até 30 dias de antecedência para comparecimento no local estabelecido para a realização da prova”, conforme previsto no edital.

O concurso foi dividido em duas fases: prova escrita na primeira e julgamento de títulos e apresentação de seminário na segunda. Segundo a UFMG, inicialmente 11 candidatos participaram da primeira etapa, e sete avançaram para a segunda fase, onde ocorreu a desclassificação dos candidatos negros.

A denúncia foi feita pela doutora Giselle Santos Magalhães. Ela foi a candidata com melhor nota na prova de títulos, com 95 pontos em 100. Segundo ela, na avaliação de seminário, a banca aplicou notas baixas para as três candidatas negras e notas maiores para as pessoas brancas.

Seu currículo foi considerado o melhor entre todos os candidatos. O concorrente que obteve a vaga alcançou 73 pontos na prova de títulos, e 97 pontos no seminário. Já na prova escrita, a doutora alcançou a média de 71,6 pontos. A UFMG afirmou que não avaliou os candidatos “em suas características fenotípicas”.

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