O aumento no número de insultos racistas a jogadores de futebol na Inglaterra levará a mudanças importantes no acesso e utilização do Twitter. O combate ao racismo na rede social evará a empresa a vigiar a conta de 50 jogadores de futebol, revelou o DailyStar. A estratégia tem como objetivo monitorar o tráfego nestas páginas e entender o tipo de comentários dirigidos a estes jogadores.
A decisão teria sido tomada depois de conversas entre o Twitter e o Manchester United sobre os insultos racistas ‘atirados’ a Paul Pogba.
Tammy Abraham , jogador do Chelsea, também foi vítimas de ofensas racistas na rede.
Após estes casos o grupo Kick it Out – que combate todos os tipos de discriminação no futebol inglês – convidou os diretores do Twitter para participar de uma reunião semana que vem onde se discutirão mecanismos que dificultem a criação de contas com informações falsas.
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“Nas próximas semanas, os representantes do Twitter se reuniram com o Manchester United, com a ‘Kick It Out’ e com qualquer outra parte da sociedade civil interessada em conhecer o trabalho proativo que o Twitter está fazendo para abordar o absurdo racista feitos a certos jogadores do Reino Unido” afirmou um porta-voz da rede social ao ‘Sky Sports News’.
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“Sempre mantemos um diálogo aberto e saudável com nossos sócios neste espaço, mas sabemos que devemos fazer mais para proteger nossos usuários. O comportamento racista não cabe em nossa plataforma e condenamos essas atitudes de forma enérgica”, finalizou.
O que motivou o grupo ‘Kick It Out’ a convidar o Twiter para o encontro foi o ocorrido com o centroavante Tammy Abraham, do Chelsea, após o jogador errar uma cobrança na derrota nos pênaltis para o Liverpool na final da Supercopa da Europa em Istambul dia 14. Torcedores usaram o Twitter para ofendê-lo usando termos racistas.
Poucos dias depois, nesta segunda-feira, a vítima foi um jogador bem mais famoso: Paul Pogba, meio-campista do Manchester United e campeão do mundo pela França. Seu “pecado” foi ter perdido um pênalti no jogo com o Wolverhampton que terminou empatado por 1 a 1. Além das manifestações racistas ele recebeu ameaças de morte.
Hilton Coelho (PSOL) – Historiador formado e mestre pela Universidade Federal da Bahia, funcionário público e sindicalista, Hilton foi eleito deputado estadual da Bahia em 2018. É ativista dos Direitos Humanos já foi vereador de Salvador.