Três indígenas Guarani Kaiowá morrem carbonizadas em comunidade no MS

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Na madrugada da última segunda-feira (31), duas mulheres indígenas e uma criança de pouco mais de 1 ano, Guarani Kaiowá, foram mortas carbonizadas, após um incêndio em uma casa na retomada Avaeti, em Dourados, Mato Grosso do Sul. A Polícia Civil informou que uma “suspeita, de 29 anos, foi presa em flagrante pelo crime de triplo homicídio qualificado pelo meio cruel“.

Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas repudiou a violência contra os povos indígenas e afirmou que acompanha o caso por meio do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED). “Uma equipe do DEMED se deslocará ao local para articular medidas junto aos órgãos responsáveis pelas investigações“, disse o órgão em nota.

Polícia Civil no local do crime /Foto: Polícia Civil/ Reprodução

Já a Grande Assembleia Guarani e Kaiowá (ATY GUASU) afirmou, em uma nota de repúdio, que o crime revela uma “omissão do Estado na proteção dos povos originários; A urgência da demarcação das terras tradicionais; A escalada de violências patrocinadas por ruralistas“. As vítimas são uma mulher de 36 anos, identificada pela ATY GUASU como Janaina Benites Amarilha, uma senhora de 68 anos chamada de Nisia Isnarde e a criança, Mariana Benites Paulo.

Três gerações foram carbonizadas em mais um ato de violência genocida contra nosso povo“, afirmou a instiuição, que reinvidica “justiça imediata – punição aos assassinos e mandantes!; proteção efetiva para as comunidades indígenas!; Demarcação do território Guarani e Kaiowá“.

Segundo a Polícia, “não foi identificado qualquer elemento da participação de qualquer outro envolvido no crime, nem qualquer motivação sobre direitos indígenas“, afirmando que a suspeita se trata de uma mulher indígena. A prisão dela se deu com base “nas provas técnicas, testemunhais e demais elementos de convicção colhidos“.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

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