O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (RS) emitiu uma nota na manhã desta terça-feira (28) comentando o caso dos 200 trabalhadores que foram libertados pelo Ministério Público de trabalho análogo à escravidão.
Porém, ao final da nota, a entidade afirma que “há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade“, escreve a instituição.
Ainda na nota, o Centro diz que o poder público precisa agir de forma severa para punir os responsáveis pela prática. “É necessário que as autoridades competentes cumpram seu papel fiscalizador e punitivo para com os responsáveis por tais práticas inaceitáveis“.
Nas redes sociais, as reações foram negativas e imediatas. A jornalista Eliana Alves da Cruz criticou a postura da entidade.
“Não encontro palavras. O último parágrafo desta nota, sem o verniz hipócrita das notas oficiais, diz o seguinte: A falta de mão de obra fez com que escravizassem, pois os pobres vivem de Bolsa Família e poderiam estar trabalhando pra nós“, comentou no Twitter.
Além dela, outros usuários das redes sociais também se manifestaram contra a nota do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves.
“Olha, se eu não morasse aqui no RS, eu acharia que a nota é Fake. Mas como eu moro, e conheço bem a região onde ocorreram os fatos, sei que é verdade. Um real e triste verdade, em um Estado tomado pelo fascismo, pelo preconceito e pelo reacionarismo”, escreveu uma moradora do Rio grande do Sul.
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