Nesta terça-feira (22), o planeta Terra passa pelo dia mais curto desse ano. Isso ocorre devido ao fato de a Terra girar ao seu redor com uma velocidade um pouco superior ao habitual, resultando em um dia que será 1,34 milissegundo mais curto. No dia 9 de julho, o planeta já havia girado mais rapidamente, levando a uma pequena perda de milissegundos. Então, nesta ocasião, a aceleração do giro será ainda mais significativa.
A Terra, normalmente, leva 86.400 segundos para finalizar uma rotação, o que corresponde a 24 horas. Entretanto, neste dia, haverá uma leve aceleração nesse ciclo, fazendo com que o tempo total se reduza em 1,34 milissegundo.

A redução será tão breve que passará despercebida. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos dura cerca de 300 milissegundos, portanto a perda de tempo é muito menor que isso. Esse fenômeno não é incomum. Em 2025, algo semelhante está previsto para o dia 5 de agosto.
Os cientistas ainda não compreendem totalmente as razões para essa ocorrência. Eles afirmam que variações na rotação da Terra são normais ao longo da sua história e não devem causar preocupação. Até o ano de 2020, o dia considerado o “mais curto” foi em 5 de julho de 2005, que durou 1,0516 milissegundo a menos que as 24 horas habituais.
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Contudo, em 2020, a Terra apresentou os 28 dias mais curtos já registrados desde o início da era dos relógios atômicos na década de 1960. Em 19 de julho de 2020, o planeta quebrou seu próprio recorde de 2005, com um dia que durou 1,47 milissegundo a menos que o normal. Em seguida, em 29 de junho de 2022, estabeleceu um novo recorde, com um dia de 1,59 milissegundo mais curto que o habitual.
“A gente sabe que, de modo geral, a Terra vem desacelerando sua rotação desde a sua formação. Há bilhões de anos atrás, por exemplo, um dia durava cerca de cinco horas, bem diferente das 24 horas que dura atualmente. No entanto, essa desaceleração não é completamente regular, e eventualmente, ocorrem pequenas acelerações momentâneas, que é o que a gente está vendo nesse momento”, explica Fernando Roig, diretor do Observatório Nacional.
Os cientistas afirmam que, em intervalos de tempo que variam entre 10 e 100 anos, a duração dos dias apresentam algumas oscilações irregulares. Eles concordam que esses ajustes são provocados pela interação de fatores como a atividade do núcleo derretido do planeta e o fluxo dos oceanos e da atmosfera. Porém, ainda não entendem exatamente o que impulsiona essas mudanças.
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De qualquer forma, eles ressaltam a impressionante precisão dos cronômetros, considerando que apenas alguns milissegundos são perdidos. Embora as alterações no tempo da Terra sejam mínimas, elas podem se acumular ao longo dos anos, levando nossos relógios a adiantar ou atrasar um segundo. Para ajustar esse descompasso, desde 1973, os cientistas utilizam o chamado “segundo bissexto”, que pode ser positivo ou negativo.
Isso significa que esse segundo extra pode ser incorporado aos nossos relógios quando a Terra desacelera, ou pode ser removido quando o planeta completa suas rotações em um tempo inferior ao esperado. Desde 1973, o IERS acrescentou um total de 27 segundos bissextos à hora oficial registrada nos relógios terrestres.
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