Onze anos após torturar e matar um homem negro no Texas, nos Estados Unidos, o supremacista John William King, de 44 anos, foi executado com uma injeção letal na última quarta-feira (02).
John foi um dos três condenados pelo assassinato em junho de 1998 de James Byrd. Em 2011, Lawrence Brewer, outro participante do crime, foi executado. Shawn Berry, outro envolvido no crime, colaborou com os investigadores e cumpre pena de prisão perpétua.
Berry afirmou, no julgamento, que os três beberam, deram carona a Byrd e o levaram para uma área afastada, onde o agrediram e o acorrentaram à parte traseira de uma caminhonete.
Byrd foi arrastado vivo por quase três quilômetros. Os legistas afirmaram que ele sofreu terrivelmente e foi decapitado quando sua cabeça bateu em um tubo de concreto. O corpo desmembrado foi encontrado diante de uma igreja frequentada pela comunidade negra da pequena cidade de Jasper, no Texas.
A execução de King, o homem que orquestrou um dos crimes raciais mais brutais das últimas décadas, não serviu para levar a paz a alguns membros da família de James Byrd. A irmã da vítima declarou não sentir “nenhum alívio”. Clara Byrd Taylor definiu a execução como “um simples castigo”.
Depois de conhecer sua sentença, em 1999, King escreveu uma carta a Brewer, ambos reconhecidos supremacistas brancos, em que lhe dizia que, independentemente do que viesse a ocorrer, eles já haviam “feito história”. “Morte antes que desonra”, escreveu King, para em seguida se despedir com a saudação nazista: “Sieg Heil!”.
O assassinato de James Byrd por tês homens brancos chocou os americanos e o mundo por sua crueldade e violência. Ele foi morto pelo simples fato de ser negro. Sua morte (junto com a de um jovem de Wyoming torturado e surrado até a morte por ser gay) marcou um ponto de inflexão, resultando na aprovação de uma lei que leva o nome de ambos e endureceu as penas contra os crimes de ódio.
Lei James Byrd
Quase 10 anos após a condenação no caso Byrd, o então presidente Barack Obama assinou uma lei que tornou mais rígidas as penas para os crimes de ódio e que tem os nomes de James Byrd e de Matthew Shepard, um jovem homossexual assassinado no mesmo ano.