STF veta desqualificação de mulheres vítimas em processos de violência sexual

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Nesta quinta-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu vetar a desqualificação de mulheres vítimas de violência sexual, durante o julgamento do processo desses casos. A decisão pelo veto da prática usada como estratégia jurídica, foi tomada inicialmente pela relatora do caso, a ministra Cármen Lúcia.

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Depois, os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Flávio Dino, Cristiano Zanin e André Mendonça seguiram com o mesmo entendimento, formando maioria. A ação foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República, que alega que esse discurso é “discriminatório e revitimiza a mulher vítima de estupro ou de violência sexual”. 

Decisão aconteceu em sessões realizadas na última quarta e quinta /Foto: Pexels

Ao defender sua posição, a ministra destacou o problema e a raiz dessa estratégia. “Essas práticas, que não têm base legal nem constitucional, foram construídas em um discurso que distingue mulheres entre as que ‘merecem e não merecem’ ser estupradas”, afirmou.

A relatora, que votou na sessão de quarta-feira (22), também explicou o impacto de discursos que desqualifiquem as vítimas. “Elas se firmaram como forma de relativizar práticas de violência e tolerância na sociedade aos estupros praticados contra mulheres com comportamentos que fugissem ou destoassem do que era desejado pelo agressor”.

Ao decidir pelo veto, Cármen Lúcia também propôs que o órgão julgador tem o papel de impedir que tal estratégia seja colocada em prática “sob pena de responsabilidade administrativa e penal” a que a fizer.

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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