Silvio Almeida participa do lançamento da Frente Parlamentar em defesa da população em situação de rua

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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou nesta quinta-feira (6) do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua. Na ocasião ele defendeu a concentração de esforços para a promoção, garantia e defesa de direitos a essa população.

Durante o evento, Almeida ressaltou que, se uma pessoa está em situação de rua, ela não tem cidadania nem direitos. “Estar em situação de rua é estar em uma situação permanente de violação de direitos humanos, esse é o ponto que nós temos que estabelecer aqui. Trata-se de uma situação que precisa mudar, não pode continuar. Nossa luta é para que não haja pessoas nessa situação”, disse o ministro.

“Estar em situação de rua é estar em contrariedade total com aquilo que consideramos como sendo algo que possamos chamar de humanidade. O que nós queremos fazer é inscrever as pessoas em situação de rua naquilo que nós estamos construindo e que ainda não está dado, que é a humanidade. Nós estamos lutando por humanidade, estamos lutando para que sejamos reconhecidos dentro de uma construção que faremos juntos, uma construção do significado de humanidade”, completou.

Políticas desenvolvidas pelo MDHC na promoção e garantia de direitos à população de rua foram elencadas pelo ministro /Fotos: Clarice Castro – Ascom/MDHC

Jurista, o ministro chamou atenção também para situações previstas na legislação. “A ordem para retirada de pertences de pessoas em situação de rua é crime previsto no art. 157 do Código Penal, isso é roubo. Esse tipo de lei também coloca os trabalhadores da segurança pública, os guardas municipais, em situação de risco, eles podem ser acusados de roubo. O Ministério Público pode e deve agir se as pessoas em situação de rua forem roubadas”, observou.

Inverno Acolhedor

Ainda no evento, Silvio Almeida enfatizou que é necessária a parceria entre os governos federal, estaduais e municipais com o intuito de promover ações voltadas às pessoas em situação de rua. Para ele, são necessárias iniciativas emergenciais para lidar com as questões mais urgentes, além das políticas públicas em médio e longo prazo.

O titular do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) destacou a Operação Inverno Acolhedor, iniciativa inédita da Pasta, que fortalecerá ações já desenvolvidas pelas prefeituras e contará com investimento de R$ 5 milhões. Nesta sexta-feira (7), o programa será lançado pelo ministro em Curitiba (PR), uma das cidades parceiras do projeto. Os valores serão repassados para sete capitais das regiões Sul e Sudeste. O objetivo é atender a população em situação de rua e prevenir o adoecimento e o óbito dessas pessoas em razão do frio intenso.

Silvio Almeida também ressaltou a importância da participação social por meio de órgãos colegiados como o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua), vinculado ao MDHC, que está com inscrições abertas para entidades da sociedade civil e movimentos sociais.

Frente

O lançamento do grupo de deputados e senadores, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), contou com a participação de ativistas, de entidades da sociedade civil e de movimentos sociais, sindicais, de trabalhadores e trabalhadoras. A iniciativa é dos deputados federais Reimont (PT-RJ) e Érika Kokay (PT-DF).

Pelo MDCH, também estiveram presentes no lançamento da frente parlamentar a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão; e o diretor de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua, Léo Pinho.

Entre os ativistas que levantaram reflexões como “a rua não é lugar nem para viver nem para morrer”, esteve o padre Júlio Lancellotti, que participou de forma virtual. “São múltiplas as necessidades e urgências que devemos enfrentar”, afirmou o religioso.

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