No mês da consciência negra, o “Sarau Giramundo”, que está em novo formato, reúne artistas pretos e periféricos de diversas áreas, como poesia, música, dança, performance e artes plásticas em um programa de palco no Morro do Vidigal.
Produzido por pessoas periféricas e dentro da periferia, de idealização, roteiro e apresentação dos irmãos Blue Oliveira e Vitor Feitosa, com objetivo de fortalecer o empreendedorismo no audiovisual dentro das comunidades cariocas. Esta edição acontecerá em dois programas que serão exibidos em duas sextas-feiras de novembro, dia 25 de novembro e no dia 2 de dezembro, às 20h e posteriormente ficarão disponíveis no YouTube para acesso gratuito de qualquer lugar do Brasil.
Com respeito à diversidade de gênero, etnia, religião, classe e idade, este movimento busca integrar novos artistas ao cenário, possuindo como fundamento a construção e a unificação de artistas pretos e pretas. “Esses artistas propõem sua arte a partir de reflexões e vivências, provocando uma discussão sob um olhar agênero, cultural e ancestral”, explica Jamile dos Anjos, uma das produtoras do evento.
Com o objetivo de fomentar a arte, o lazer e a cultura por meio de diferentes performances, o evento apresenta conceitos e ideais com a intenção de expressar a cultura do povo preto e também protestar contra a marginalização desses indivíduos na sociedade.
Em um espaço no Vidigal, artistas que se expressam de diferentes formas se revezaram no palco. Os internautas poderão assistir apresentações de nomes como Flávio Bauraqui, que no teatro e cinema já deu a vida grandes personagens reconhecidos nacionalmente como Pelé, Jair Rodrigues, Ismael Silva e Cartola. Além dele, o consagrado ator e diretor Hilton Cobra fará a leitura de fragmentos da peça “Traga-me de volta à cabeça de Lima Barreto”.
Além de artistas como Luthuly, Clarissa Miranda, Hiltinho Junior, Hodari, Hugo Germano, Lázaro Cruz, ML21, Osmar Igbodê, Ozazuma, Valentine e Dudu Neves. Que apesar de serem referências no cenário artistico conemporâneo negro, muitas vezes veem as suas artes invisibilizadas pela mídia.
“Numa estrutura de sistema em que vivemos, onde não se vê pessoas pretas em lugar de liderança e destaque, ter dois apresentadores pretos no protagonismo do projeto, além de artistas desta mesma cor, é de tamanha importância e representatividade”, destaca o produtor Alan Souza. Ao compartilhar visibilidade na arte, o Sarau Giramundo contribui com a desconstrução de estereótipos e discursos problemáticos.
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Sob o olhar atento do diretor Ângelo Flávio Zuhalê, que também é ator, e dramaturgo Fundou a Cia Teatral Abdias do Nascimento na UFBA em 2002. Após muitos meses de desenvolvimento e produção, os idealizadores e todos os envolvidos na décima terceira edição do programa estão cheios de expectativas para a estreia.
“Nossa intenção é de fazer circular e movimentar a essência do que simboliza de fato o nosso povo preto, contando de uma forma poética a influência da ancestralidade na nossa cultura e nosso cotidiano. E, através da arte tratar dos nossos problemas, possibilitando discursos diversos”, concluem os irmãos Blue Oliveira e Vitor Feitosa.
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