“Me chamavam de macaco”, diz Ronaldo Fenômeno em podcast Mano a Mano

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O ex-jogador Ronaldo Nazário, de 46 anos, mais conhecido como Ronaldo Fenômeno, falou sobre racismo no podcast ‘Mano a Mano‘ apresentado pelo rapper Mano Brown. O atleta que é o convidado do episódio desta quinta-feira (06) contou sobre as vezes em que foi discriminado no futebol e cobrou mais punição aos casos de racismo.

Ronaldo, que hoje é presidente da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro, acredita que o racismo não está só no futebol, mas é também um problema da sociedade e falou sobre seu processo de descoberta e identidade como pessoa negra. O ex-jogador chegou a contar que foi questionado sobre o motivo de raspar a cabeça, e explicou que fazia isso por defesa, devido o seu cabelo.

Ronaldo Fenômeno e Mano Brown /Foto: Jef Delgado/Spotify

O ex-jogador analisou que o racismo é um problema social e que devemos ter punições mais duras.

“O racismo sempre existiu no futebol, e não é apenas no futebol. A gente pode querer falar isoladamente do caso do futebol, mas o racismo é um problema da sociedade. Se a gente quer combater o racismo, a gente primeiro tem que acabar com a impunidade. Por que a gente não criminaliza isso de fato, não aumenta a pena do racista?”

Em um momento do programa, Mano Brown problematizou que um dos elementos que podem levar os insultos racistas recebidos pelos jogadores poderia ser a inveja. “Na minha visão um cara bonito, esteticamente perfeito, um atleta fisicamente perfeito, funcional, um dos mais bem pagos do mundo e joga num dos maiores clubes do mundo…inveja”, argumentou Brown.

Mas Ronaldo foi firme no posicionamento. “Eu entendi, mas eu não iria tão profundo pra entender a cabeça do racista não… é… pra mim é crime e basta”, afirmou o fenômeno.

Ronaldo após marcar contra a Alemanha na final da Copa do Mundo de 2002 /Foto: CBF

Em outra resposta ainda cobrando punições, ele afirmou: “O racista não vai deixar de ser racista por uma campanha”.

Durante o programa, Ronaldo também lembrou de como o racismo também afetou pessoas da sua família. “Desde cedo, eu sempre tive essa questão muito clara para mim. Meu pai é negro e sempre sofreu. Ele escreveu um livro, eu li e chorei imaginando as situações que ele passou”, desabafa.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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