Rodrigo França estreia monólogo “Eu sou um Hamlet” no Rio

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Com o monólogo “Eu sou um Hamlet”, Rodrigo França retorna ao Teatro Firjan SESI Centro, no Rio de Janeiro, em estreia no dia 13 de junho. A apresentação às 19h sob direção de Fernando Philbert, é com França na pele do clássico personagem conflituoso de William Shakespeare. O espetáculo fica em cartaz até 14 de julho.

Se valendo da tradução realizada por Aderbal Freire-FilhoWagner Moura e Barbara Harrington para o texto do bardo, a adaptação foi escrita por Jonathan Raymundo, Philbert e França – os dois últimos retomando a parceria iniciada no espetáculo “Contos Negreiros”.Utilizando as falas de Hamlet, a montagem coloca um espelho diante do mundo e reflete este tempo violento e pleno de segregações.

Assim, nos evoca questionamentos acerca da sociedade de hoje, das relações humanas e da sua própria condição de humanidade enquanto homem negro no Brasil em sua jornada de autoconhecimento. Uma das primeiras dramaturgias do ocidente que busca refletir a humanidade, a peça amplia os seus dilemas a partir de um ator negro em sua encenação. A proposta é trazer essa consciência da realidade ao personagem. Ser ou não ser? Estar consciente ou não?

Rodrigo França em “Eu sou um Hamlet” /Foto: Marcio Farias

Lançando luz ao mito da democracia racial no Brasil – ou no reino da Dinamarca – esse Hamlet negro está diante no dilema de encontrar um discurso capaz de fazer repensar o hoje.

Shakespeare foi popular em sua época, o século XVI, ao encenar peças que se comunicavam com os mais diferentes tipos de pessoas, de nobres a populares. Não será diferente em nossa montagem. Não gosto da arte para poucos, com muros. Quero que a tia do Complexo do Alemão saia do teatro contemplada, assim como a madame do Leblon”, profere Rodrigo França. Junto de Fernando, tiveram a ideia da montagem durante um papo no bar que levava o nome do pai de França, na Lapa.

Para Rodrigo, estar à frente desta montagem é importante, sobretudo, para poder mostrar que os artistas negros podem fazer qualquer personagem.

E é incrível pegar este texto, que reflete o ser humano, e colocar no corpo e na voz de um ator negro. A peça respeita a obra de Shakespeare e, mesmo assim, sugere outros lugares que ainda não foram mostrados. Porque amor, ódio, fúria e vingança são pautas universais, mas que diferem pela subjetividade que cada grupo propicia. Tais sensações são naturais, mas como se sente é construído socialmente. Este homem negro buscando descobrir quem matou seu amado pai vai para outro contexto”, reflete França.

Serviço

Local: Teatro Firjan Sesi Centro

Endereço: Av. Graça Aranha, nº 1 – Centro

Informações: (21) 2563-4163

Classificação Indicativa: 12 anos

Duração: 65 minutos

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