Relatório da ONU alerta para queda no financiamento climático para países pobres

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De acordo com um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o financiamento internacional para ajudar nações em desenvolvimento a se adaptarem aos efeitos da crise climática registraram uma queda em 2023. A quantia arrecadada no ano passado, de US$ 26 bilhões, está muito aquém da necessidade real, que supera US$ 310 bilhões anuais até 2035. A informação foi divulgada às vésperas da COP30, que ocorrerá em Belém.

O documento confirma que a meta estabelecida durante a COP26, em Glasgow, de dobrar o financiamento para adaptação até 2025, não será alcançada. O planeta enfrenta uma fase perigosa, com recordes de temperatura global enquanto os recursos para enfrentar os impactos diminuem.

“Os impactos climáticos estão se acelerando. No entanto, o financiamento para adaptação não está acompanhando o ritmo, deixando as pessoas mais vulneráveis do mundo expostas ao aumento do nível do mar, tempestades mortais e calor escaldante”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Para ele, “a adaptação não é um custo, é uma tábua de salvação. Fechar essa lacuna é a forma de proteger vidas e promover justiça climática”.

A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, reforçou a urgência do tema: “Precisamos de um impulso global para aumentar o financiamento da adaptação, sem ampliar o peso da dívida dos países pobres. Mesmo em tempos de restrição orçamentária, se não investirmos agora, os custos crescerão a cada ano”.

Meta estabelecida durante a COP26, em Glasgow, de dobrar o financiamento para adaptação até 2025, não será alcançada – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

O relatório aponta uma ampliação da desigualdade climática, onde as nações que menos emitiram gases de efeito estufa são as mais afetadas e com menos capacidade de resposta. Embora 172 países já possuam planos nacionais de adaptação, 36 deles estão desatualizados há mais de uma década.

Apesar de fundos climáticos, como o Fundo Verde para o Clima, terem liberado um valor recorde de quase US$ 920 milhões para novos projetos em 2024, o aumento é considerado pontual e sujeito a cortes. A nova meta global aprovada na COP29, em Baku, de mobilizar ao menos US$ 300 bilhões por ano até 2035, é considerada insuficiente pelo PNUMA, que estima um custo real próximo a US$ 520 bilhões anuais.

Para tentar reverter esse cenário, as presidências das COPs 29 e 30 lançaram o Roteiro “De Baku a Belém”, uma iniciativa que pretende mobilizar US$ 1,3 trilhão anuais em financiamento climático até 2035, combinando fontes públicas e privadas. A expectativa é que o plano garanta continuidade entre os compromissos assumidos no Azerbaijão e os que serão discutidos na conferência de Belém.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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