Via Agência Brasil
Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, identificou que a contaminação pelo vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, em trabalhadores da saúde do Instituto, foi influenciada pela desigualdade social, com destaque para racismo e pobreza.
A pesquisa, que levantou os grupos mais expostos à doença, analisou testes sorológicos realizados em 1.154 trabalhadores da instituição, no período entre junho e julho de 2020. E traçou um paralelo entre as condições de vida e de trabalho desses profissionais.
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O artigo relata que 30% dos trabalhadores do hospital tiveram anticorpos contra o vírus detectados em seus exames, percentual muito superior à taxa de contaminação da população em geral, que foi de 3% a 5% no período analisado.
A primeira autora do artigo, a aluna de doutorado e fisioterapeuta do Instituto, Roberta Fernandes Correia, destaca que variáveis raciais também contribuíram para esses resultados.
O estudo avaliou que a forma de deslocamento da residência para o trabalho influenciou nos percentuais de contaminação, já que o grupo que usou transporte coletivo teve resultados positivos com mais frequência do que aqueles que usaram carro, motocicleta ou táxi.
Diante desse cenário, Roberta Fernandes avalia que a solidariedade seja o antídoto para a desigualdade.
O estudo mostrou ainda que, no grupo avaliado, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos do Instituto Fernandes Figueira tiveram um percentual de positividade de 25% para Covid, enquanto nos cargos administrativos, recepcionistas, seguranças e agentes de limpeza essa proporção superou 40%.
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