Primeira mulher cacique da aldeia Akratikatejé (PA) receberá prêmio internacional

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A Cacique Kátia Silene Tonkyre receberá o prêmio “Alma da Ruralidade”, por suas iniciativas de organização, coletas, produções, empreendedorismo, educação e conscientização sobre a importância da conservação e da proteção da Amazônia. Além disso, ela é a primeira líder mulher da aldeia Akratikatejé, terra indígena Mãe Maria, localizada em Bom Jesus do Tocantins (PA).

O prêmio foi concedido por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), e deverá ser entregue em abril deste ano, em um evento na Costa Rica, sede do IICA.

Kátia Silene Tonkyre  é a primeira líder mulher da aldeia Akratikatejé – Foto: Reprodução/ Cícero Pedrosa Neto

“Esse prêmio representa a continuidade do meu trabalho. São os frutos do meu trabalho e eu sempre venho lutando, não só pelo meu povo, mas em nome dos povos indígenas de todos os territórios e principalmente da Terra Mãe Maria, do Povo Gavião”, ressalta Kátia, em entrevista ao Correio de Carajás.

A cacique lidera uma das 27 aldeias que a reserva abriga, na qual vivem 85 indígenas de 23 famílias da etnia Gavião da Montanha, povos dedicados principalmente à coleta, produção e venda de castanhas, pescados, mel e diversas frutas. Aliás, aproximadamente 3.500 indígenas vivem nesta área de quase 63.000 hectares.

A indígena segue os ensinamentos deixados pelo o seu falecido pai, o cacique Payaré, um líder reconhecido por defender os direitos dos povos originários e por impulsionar a implementação do conceito de empreendedorismo e produção sustentável na aldeia, sem agredir a natureza. Assim, destacando a produção de castanhas, maracujá, açaí, cacau, cupuaçu entre outras frutas.

A líder preza pela conscientização e pela educação, para que os jovens da sua aldeia possam  valorizar o território e a floresta. “Eu aprendi com o meu pai a cuidar do futuro, a me preocupar com o amanhã. Quebrei um protocolo, porque as mulheres não podiam ser caciques, devido a modelos ultrapassados. Nós, mulheres, estamos conquistando cada vez mais espaços, e devemos continuar fazendo a diferença para que as coisas funcionem”, pontua ela.

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Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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