Presença de garimpeiros representa 70% dos alertas de monitoramento na Terra Yanomami

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Sete em cada 10 denúncias registradas na Terra Indígena Yanomami (TIY) são de atividades praticadas por garimpeiros. É o que diz os dados do sistema de alertas operado pelos próprios moradores da região, implantado pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O programa está em uso em 19 regiões da TIY e recebeu 70 denúncias desde sua implementação, entre março de 2023 e abril de 2024. O sistema funciona pelo celular com ou sem acesso a internet. Dentre elas, estavam 49 relacionadas à presença de garimpeiros na área. Houve, também, notificações referentes a incêndios e água contaminada (18%), e a saúde (12%).

Povo Yanomami /Foto: Feranndo Frazão – Agência Brasil

O vice-presidente Hutukara e líder Yanomami, Dário Kopenawa, o projeto apoia comunidades Yanomami e ajuda a denunciar invasões, situações de saúde e a gerir o território.

“Ainda estamos sofrendo, os garimpeiros continuam em nossas terras e continuam passando com seus aviões na cabeça do nosso povo, incomodando o nascimento das nossas crianças com o barulho de motores. Mas com o sistema de alertas temos a oportunidade de comunicar às autoridades sobre o que acontece dentro de território”, diz ele.

As denúncias e queixas vindas do Território Indígena Yanomami e que antes eram feitas por cartas, visitas presenciais ou mensagens de radiofonia, ganham um novo formato com o atual sistema de alertas. 

“Com o projeto, temos um fluxo mais organizado para receber informações do território e, com isso, temos melhor acompanhamento da situação e mais qualidade de informações. O sistema de alerta é uma oportunidade de organizar e ter dados com qualidade para acompanhamento mais fino e melhor resposta do poder público”, explica o geógrafo do ISA, Estêvão Benfica Senra.

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