A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo neste domingo (14), de acordo com informações divulgadas pela Câmara dos Deputados. A parlamentar está presa na Itália, país do qual possui cidadania, e foi condenada no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A condenação, ocorrida em maio, foi por articulação de um ataque aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, ação executada pelo hacker Walter Delgatti, e também pela criação de um mandado de prisão fraudulento contra o ministro Alexandre de Moraes, então presidente da corte eleitoral. Após a sentença, Zambelli deixou o Brasil e foi detida pelas autoridades italianas em 29 de julho, onde aguarda um processo de extradição.
Em nota oficial, a Câmara confirmou a renúncia: “a deputada Carla Zambelli comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia ao mandato parlamentar na data de hoje (14). Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, o deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse”.
O ato de renúncia acontece logo após um episódio conturbado no Congresso. Na última quarta-feira (11), os deputados votaram contra a cassação do mandato de Zambelli, decisão que conflitou com uma determinação prévia do STF. A votação resultou em 227 votos a favor da cassação e 170 contra, número insuficiente para atingir a maioria de 257 votos necessária. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, anulou essa decisão da Câmara através de uma liminar, posição que foi mantida de forma unânime pela Primeira Turma da Corte.
Se extraditada para o Brasil, Carla Zambelli cumprirá pena na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, popularmente conhecida como Colmeia. A determinação consta em um despacho do ministro Alexandre de Moraes, divulgado no sábado (13). A unidade, classificada como de segurança média, tem capacidade para abrigar mais de mil detentas. Segundo relatório do governo distrital, ao final do ano passado a população carcerária no local era de 697 mulheres.
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