O Memorial dos Aflitos já tem um projeto escolhido a partir de um concurso realizado pela Prefeitura de São Paulo. O espaço que será construído ao lado da Capela dos Aflitos, no bairro da Liberdade, na capital, será um espaço cultural e museológico sobre a população negra que foi escravizada na região. Ainda não há uma data para o início da obra.
A região da construção já foi ocupado por comunidades negras, indígenas e marginalizadas, antes de imigrantes japoneses chegarem no local no século 20. Na época o primeiro cemitério público paulistano funcionava na área, reservado ao sepultamento de escravizados, indígenas e de condenados à morte na forca. Quando foram descobertas ossadas em 2018, as reinvindicações por mais símbolos da negritude no bairro, cresceram.
Após a fase de recursos passar, o Escritório Paulistano de Arquitetura, que venceu a disputa, poderá ser oficialmente contratado e vai receber da Secretaria Municipal de Cultura um prêmio de R$ 50 mil. Mas a obra mesmo custará, no máximo, R$ 3,6 milhões e após os trâmites burocráticos, uma licitação ainda será feita para definir a construtora que vai fazer a obra.
Mas apesar de vencedor, a viabilidade do projeto que determina a entrada do Memorial dos Aflitos pela rua Galvão Bueno, também prevê a demolição e a ocupação de uma área que integra o lote ao lado de onde será construído o Memorial, ocupado pela Capela dos Aflitos, que é tombada desde 1978 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condepaaht). Por isso a proposta deve ser revista.
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