Um erro administrativo no tribunal levou o Ministério Público de Minas Gerais (MP) a pedir a soltura de Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, primo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), preso por tráfico de drogas. O pedido de revogação da prisão preventiva foi formalizado no dia 26 de agosto, segundo apuração do ICL.
O caso teve origem na apreensão de 30,2 quilos de maconha e 3,82 gramas de cocaína. Glaycon foi detido em flagrante na BR-452, na saída de Uberlândia, enquanto dirigia um Toyota Etios com destino a Nova Serrana. As substâncias ilícitas foram encontradas no porta-malas do veículo. Após a prisão inicial, a custódia foi convertida em preventiva.
O motivo para o pedido de liberdade foi uma falha durante a audiência de instrução do processo. Duas testemunhas da Polícia Federal, os agentes Paulo César Pires e Andrei da Silva Melo, não compareceram para depor. De acordo com registros da sessão, o promotor Moisés Batista Abdala atribuiu a ausência a um equívoco da secretaria do juízo, responsável por não efetuar as intimações corretamente.

Diante do ocorrido, o promotor argumentou que seria injusto penalizar o réu por um erro processual que não foi cometido por ele ou por sua defesa. Em sua manifestação, Abdala defendeu a marcação de uma nova audiência e pleiteou que Glaycon responda ao processo em liberdade, sob medidas cautelares.
Entre as condições alternativas à prisão sugeridas pelo MP de Minas estão a obrigação de comparecer periodicamente à Justiça, a proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial e o dever de manter o endereço residencial sempre atualizado. O pedido se baseia no artigo 319 do Código de Processo Penal.
Fontes do MP de Minas afirmaram ao ICL que a iniciativa foi pautada por critérios técnicos e não representa um recuo na acusação de tráfico, que permanece válida. Até o momento, a Justiça não se pronunciou sobre o requerimento. O processo aguarda uma nova data para a oitiva das testemunhas, e Glaycon Raniere permanece oficialmente preso.
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