A população angolana foi às urnas no país para escolher seus representantes no Parlamento e presidência em uma eleição tida como uma das mais disputadas da história pós-independência. Apuração do resultado já começou, mas de acordo com a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não há, ainda, previsão de quando será divulgado e pode demorar até 15 dias.
Resultados provisórios da CNE divulgados na madrugada de quinta-feira (25) na Angola apontam vitória do Movimento Popular Pela Libertação de Angola (MPLA) com o atual presidente, João Lourenço, com 60,65% e contra 33,85% dos votos para União Nacional Para a Independência Total de Angola (Unita), liderada por Adalberto Costa Júnior.
Até a madrugada haviam sido apurados 33% dos votos, mas resultado foi contestado pela Unita em conferência de imprensa. A votação começou às 7h da manhã (3h no horário de Brasília), desta quarta-feira (24) e encerrou antes do previsto, que era às 18h.
O país tem 14 milhões de eleitores registrados e a eleição deve ser decidida pelos jovens, uma vez que são a maioria do eleitorado. Não há informações ainda sobre o comparecimento da população e de detalhes sobre a divulgação do resultado de acordo com a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).
A população angolana vai eleger representantes entre candidatos de oito partidos políticos. O partido que eleger o maior número de representantes para o Parlamento conquista a maioria dos assentos e o líder se torna, automaticamente, presidente da Angola com um mandato de cinco anos. São 220 deputados, ao todo, que formam a Assembleia Nacional.
O porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, deu uma declaração após o pleito afirmando que “as eleições gerais foram um sucesso retumbante” e completou comentando que “os eleitores angolanos deram uma prova de civismo e mostraram um espírito bastante pacífico”. Não foram registradas oficialmente denúncias de irregularidades pelo órgão.
Uma novidade importante do pleito deste ano foi a possibilidade de voto de angolanos que estão fora do país, sendo a primeira vez que isso ocorre desde a independência. Inclusive, as primeiras atas apuradas foram da África do Sul, a República do Congo e Zâmbia.
Processo de apuração da votação
Na Angola, o voto é em cédulas de papel. Sendo assim, neste pleito, foram 13.338 assembleias de voto e a contagem é feita mesa a mesa em cada uma destas assembleias em 18 províncias angolanas. Os resultados da mesa são apurados, publicados em atas e encaminhados para o CNE.
Campanhas dos partidos favoritos
Marcado pela disputa acirrada dos partidos MPLA e Unita, esta eleição geral não obteve debate televisionado entre os candidatos. A campanha de ambas as siglas tiveram um tema em comum: a corrupção.
O MPLA, que está no poder há 47 anos no país, teve como pauta nesta campanha temas como redução das desigualdades sociais e consolidação da paz. Além disso, reforçou o discurso do desenvolvimento da infraestrutura dos serviços de energia e água. Já a Unita deu foco em temas da saúde, emprego e educação durante a campanha.