O policial militar, Luan Felipe Alves Pereira, que foi flagrado jogando um entregador de um ponte na Zona Sul de São Paulo, foi preso pela Justiça militar nesta quinta-feira (05). Ele teve a prisão efetuada enquanto cumpria expediente na Corregedoria da Polícia Militar. Luan já havia sido indiciado por homicídio em 2023.
No último, após uma ocorrência em Diadema, região metropolitana de São Paulo, um homem foi morto com 12 tiros, por Luan. Mas de acordo com apuração da TV Globo, o caso foi arquivado em janeiro deste ano, depois que o Ministério Público se mostrou favorável ao arquivamento alegando que houve legítima defesa do policial durante troca de tiros. O juiz, então, acatou o pedido.
De acordo com a nota enviada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ao Notícia Preta, o policial já foi ouvido e será levado ao Presídio Romão Gomes. O pedido de prisão foi feito nesta quarta-feira (04) pela Corregedoria.
Ainda de acordo com a secretaria, além da Corregedoria, o caso também é investigado em inquérito policial pela Polícia Civil, por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 2ª Seccional que atua para localizar e ouvir a vítima.
O advogado Wanderley Alves, responsável pela defesa do policial, afirmou que a prisão do agente atendeu somente a um “clamor social” e que entrará com pedido de soltura do PM.
Entenda o caso
Um vídeo mostra o momento exato em que um policial militar de São Paulo empurra um homem do alto de uma ponte no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital, no início desta semana, nas imagens, quatro agentes aparecem abordando o homem que vestia uma camiseta azul.
Segundo relatos de testemunhas, os policiais estavam no local para dispersar um baile funk quando abordaram dois jovens em uma motocicleta. A moto caiu, e Marcelo, ao tentar escapar, foi jogado no córrego por um dos agentes. O impacto deixou ferimentos no rosto do jovem, que foi resgatado por moradores de rua que estavam sob a ponte e levado ao hospital. Ele já está em casa, mas segue em recuperação física e emocional.
Uma testemunha, que preferiu não se identificar, descreveu o momento da abordagem:
“Tinham dois policiais da Rocam parados ali com cacetete na mão esperando. Quando o menino veio da avenida e caiu com a moto, eles foram para cima. Foi assustador. Eu e minha amiga saímos correndo”.
“Meu filho é trabalhador, um menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, não tem passagem. Eu gostaria de uma explicação desse policial e o porquê ele fez isso”, desabafou Antônio Donizete do Amaral, pai de Marcelo, ao ser entrevistado. Visivelmente abalado, ele destacou a confiança que a população deveria poder depositar na polícia: “Eles estão aí para proteger, não para fazer o que fizeram”.
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