Os policiais Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia, responsáveis pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, durante uma abordagem em Umbaúba (SE), serão ouvidos pela Polícia Federal nesta semana. Dois irão depor nesta segunda-feira (06) e o terceiro na terça-feira (07).
A investigação teve início dias após a morte de Genivaldo (25), e começou com os depoimentos de testemunhas no dia 31 de maio. Até o momento, já foram ouvidos os familiares da vítima, pessoas que estavam presentes no momento da abordagem, funcionários da unidade de saúde que atenderam Genivaldo e comerciantes do local onde tudo aconteceu. Além disso, dois outros agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prestaram depoimento na última sexta-feira (03), eles estão no Boletim de Ocorrência, mas não participaram da abordagem.
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, era casado e tinha um filho de oito anos, foi assassinado por policiais da PRF após ser preso no camburão da viatura e obrigado a respirar gás lacrimogêneo de uma bomba e spray de pimenta jogados dentro do carro pelos agentes, no dia 25 de maio. Os envolvidos no caso deram como motivo para ação a inquietação da vítima, entretanto, ele sofria de esquizofrenia, e em virtude do transtorno era aposentado.
No boletim de ocorrência, os policiais afirmam que o homem teve um “mal súbito” no trajeto para a delegacia e foi levado para o Hospital José Nailson Moura, no município, onde morreu por volta das 13h. O laudo inicial do Instituto Médico Legal confirmou o óbito por asfixia e insuficiência respiratória.
A Polícia Rodoviária Federal primeiramente informou que o acontecimento era uma “fatalidade”, mas mudou o discurso três dias depois ao dizer que tudo foi visto com indignação e “o órgão não compactua com a atuação dos agentes”.
Entenda a morte de Genivaldo Santos:
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O assassinato de Genivaldo tomou grandes proporções, a Organização das Nações Unidas (ONU), se pronunciou cobrando das autoridades brasileiras uma investigação rápida. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através do presidente do Conselho Federal da OAB, Rafael Horn, pediu agilidade e transparência nas investigações e o Ministério Público Federal acompanha o caso.
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