Os policiais que amarraram os pés e as mãos de um homem negro na Vila Mariana, em São Paulo, foram afastados pela Polícia Militar de São Paulo (PMESP) e um inquérito foi aberto para apurar a conduta dos agentes. O homem de 32 anos que é carregado de forma violenta pelos policiais, foi levado como suspeito de participar de um roubo de um mercado na Zona Sul paulista após ser pego com duas caixas de chocolate, no último domingo (04).
Parte da ação dos policiais foi filmada por uma pessoa que estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vila Mariana, onde os agentes aparecem colocando o homem já amarrado, em uma maca e o levando para a viatura, enquanto reclamava de dor. O vídeo feito pela testemunha chegou a viralizar na internet e revoltar usuários que apontaram o ato como tortura.
No momento do caso, quando questionou o motivo do suspeito estar amarrado daquela forma, a testemunha também foi levada à delegacia. Com a repercussão do caso, além do afastamento dos agentes envolvidos, a PM disse em nota que a conduta dos agentes não é compatível com o treinamento e valores da instituição, e por isso o inquérito foi aberto.
Além disso a PM também afirmou que os policiais foram afastados das atividades operacionais, diante das gravações que estão circulando na internet que “estão em desacordo com os procedimentos operacionais padrão da instituição”.
Também disseram que as imagens registradas pelas Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) usadas pelos policiais, já anexadas como prova nos autos do inquérito, e que as imagens registradas pela testemunha já foram solicitadas para também serem inseridas no processo. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência enviado, o caso foi registrado como resistência, corrupção de menores, furto e ameaça no 27º DP.
A Prefeitura de São Paulo também se pronunciou e disse que solicitou a investigação dos fatos nos termos da legislação em vigor.
Em relação ao homem que aparece no vídeo e que foi levado à UPA para atendimento, a polícia disse que ele foi preso em flagrante por furto. Os agentes justificaram a ação afirmando que o homem estava resistindo à prisão após confessar o furto. Segundo o relato dos policiais, foram preciso quatro PMs para segurá-lo e que a solução encontrada foi amarrá-lo com as cordas.
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Solicitamos um posicionamento da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) – organização social que administra a UPA –,e eles informaram que ainda estão apurando o caso.