Dez anos após o homicídio de Claudia Silva Ferreira, arrastada por uma viatura da Polícia Militar na Zona Norte do Rio, após ser baleada durante uma operação, os agentes acusados do crime foram absolvidos. A decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) absolveu seis policiais envolvidos no caso.
Os agentes respondiam por homicídio qualificado e fraude processual. A investigação concluiu que não houveram indícios suficientes sobre a autoria do tiro que atingiu a auxiliar de serviços gerais. Claudia foi arrastada por 350 metros, após ser baleada quando saía de casa para comprar pão no Morro da Congonha, em Madureira.
Segundo o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal, no momento em que foi baleada, os PMs trocavam tiros com traficantes. “Os acusados agiram em legítima defesa para repelir a injusta agressão provocada pelos criminosos, incorrendo em erro na execução, atingindo pessoa diversa da pretendida”, escreveu Abrahão.
Respondiam pelo homicídio e foram absolvidos o capitão Rodrigo Medeiros Boaventura, que comandava a patrulha, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno, que responderam o processo em liberdade. Após a absolvição, Boaventura ganhou um cargo na Vice-Governadoria do Estado. Segundo o Diário Oficial, no último dia 14, ele foi nomeado superintendente no órgão. Já o sargento Bueno, segue na PM.
“Diante do conjunto probatório existente nos autos, infere-se que os acusados agiram em legítima defesa”, diz trecho da sentença, sobre o tiro em Claudia.
Foram absolvidos pelo crime de fraude processual, sob a acusação de terem removido o corpo de Claudia para modificar a cena do crime, os subtenentes Adir Serrano e Rodney Archanjo. Segundo o magistrado, “eles tentaram socorrer a vítima de imediato, em que pese vários populares agirem de modo a impedir o socorro“.
Caso ocorreu em 2014, quando Claudia Silva Ferreira caiu do veículo na Estrada Intendente Magalhães, sendo puxada pela roupa, que estava presa na viatura.
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