Em uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo (PMESP), realizada na última quinta-feira (27), o tenor Jean William teve a arma apontada para sua cabeça, enquanto o artista fazia a travessia de balsa entre Santos e Guarujá, Litoral Sul de São Paulo.
Segundo relato nas redes sociais de Jean, foi abordado por um policial militar, que com uma arma apontada para ele perguntou se o carro que ele dirigia era dele. “Disseram que o carro era dirigido por um indivíduo suspeito e que receberam uma denúncia. Tudo numa rapidez ‘eficiente'”, escreveu. Ainda segundo o artista, os policiais revistaram o veículo e perguntaram se ele portava drogas.
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“O indivíduo suspeito era eu, um homem preto, dirigindo um carro ‘atípico’ para alguém da minha cor”, comentou Jean. Ele lembrou também que as justificativas para atrocidades policiais são as passagens criminais, mas como ele não tem, saíram frustrados. “Viram os documentos e perguntaram minha profissão, ao verem que eu não era um bandido e não havia passagem criminal, saíram com cara de frustração e me permitiram seguir viagem. O racismo e seus tentáculos. Até quando?”, finalizou o tenor.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que não há registro formal da denúncia, mas a corregedoria está à disposição para que a vítima registre a denúncia. No entanto, alega tecnicidade para realizar as abordagens. “A PM ressalta que seus procedimentos operacionais de abordagem e fiscalização são baseadas em princípios legais e técnicos”, diz a nota.