Um levantamento feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostrou que de janeiro a 14 de junho de 2023 foram resgatadas 1.443 pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão no Brasil. O número já é maior que o registrado no mesmo período, nos últimos 12 anos, e quase o dobro do que foi registrado nos seis primeiros meses do último ano.
Em 2011, 1.464 pessoas foram resgatadas em trabalhos análogos à escravidão no primeiro semestre daquele ano. Agora, em 2023 foram 174 lugares fiscalizados pelo Brasil, principalmente em Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. O estado do centro-oeste do país foi o lugar que mais teve resgates este ano, com com 390 pessoas resgatadas pela Inspeção do Trabalho.
Logo depois vem o Rio Grande do Sul com 304 resgates no total, Minas Gerais com 207 e depois São Paulo, com 184 pessoas resgatadas. Já as áreas que mais pessoas foram encontradas em trabalhos análogos à escravidão foram: cultivo de cana-de-açúcar, atividades de apoio à pecuária, cultivo de uva e a construção de estações elétricas.
E foram nessas áreas que os maiores resgates foram feitos este ano. O primeiro lugar aconteceu na área de usinas de álcool e produção de cana de açúcar quando 212 trabalhadores foram encontrados. O segundo maior foi o resgate de 210 pessoas em trabalho análogo à escravidão em uma prestadora de serviço a vinícolas no Rio Grande do Sul. A terceira foi em Minas Gerais, quando 110 trabalhadores foram achados trabalhando na manutenção de linhas de transmissão elétrica.
As ações que resultaram nos resgates mencionados foram realizadas por fiscalizações do Ministério do Trabalho, coordenando o Grupo Móvel, que conta com a colaboração da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal (MPF), e demais instituições necessárias a depender do caso.
Leia também: Mais de 2 mil trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão, em 2022