O índice nacional de vereadoras autodeclaradas negras é de apenas 4,21%
Em 1935, a catarinense Antonieta de Barros, eleita deputada, tornou-se a primeira mulher negra a se eleger para um cargo político, no Brasil. Passados 85 anos, as mulheres pretas ainda não conseguiram conquistar espaço na política brasileira.
De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas somam apenas 2% do Congresso Nacional. Somente, 3% ocupam o cargo de prefeita, em todo o país. Segundo o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), o índice nacional de vereadoras autodeclaradas negras é de 4,21%.
Uma análise, realizada em 2016, pelo Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA), estimou que nas eleições de 2020, 70% dos cargos legislativos municipais seriam ocupados por pessoas brancas. Os 30%, restantes, se dividiriam entre pardos (27,4%), pretos, indígenas e amarelos.
O estudo destacou ainda que embora haja grande quantidade de candidatas negras, a falta de investimento financeiro de partidos políticos, somada a dificuldade de obter apoio do eleitorado, as impede de ganhar eleições.
Após uma análise do panorama político nacional, o Mapa Étnico Racial das Mulheres na Política Brasileira concluiu que as mulheres negras estão sub-representadas porque os partidos e o eleitorado relacionam a aptidão política a homens brancos, heterossexuais, casados, pertencentes as classes sociais mais altas.