A passista Alessandra dos Santos foi homenageada na quadra da Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio na última quinta-feira (25) e anunciou que continua como passista na ala da agremiação no carnaval de 2024.
Ela teve o braço amputado no início deste ano, e comemora a volta ao carnaval carioca. “Eu não tenho palavras pra agradecer. Primeiro a Deus e meus orixás, foi uma luta muito feia, foram seis cirurgias, oito dias em coma, um infarto, três hospitais, só de estar aqui viva com tudo mundo gente, no carnaval eu chorava tanto”, celebra.
“Eu tenho muito, muito orgulho mesmo de pertencer a Grande Rio porque se tem uma coisa que aqui nós somos é família, de verdade”, completa a passista.
Ainda na noite desta quinta-feira, foi lido o samba enredo da Grande Rio para o carnaval da cidade do Rio de Janeiro no ano de 2024: “Nosso Destino é ser Onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, que fala sobre a visão de mundo a partir do olhar dos povos Tupinambá.
No carnaval de 2023, Alessandra não desfilou por que estava internada e passou muito tempo se recuperando de todas as intervenções cirúrgicas que foi submetida. Ela, que é trancista por profissão, tenta dar a volta por cima depois dos seguidos acidentes.
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“Quem é sambista que sabe: choramos, sofremos junto com a sua escola e vibramos. Eu sou dessas que vem quadra, eu torço, eu vibro, eu grito. E eu só espero o campeonato, é isso que eu espero (risos)”, finaliza.
Entenda o caso
Alessandra realizou uma cirurgia para retirar alguns miomas do útero. Realizada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, no Rio de Janeiro, em 3 de fevereiro, a cirurgia resultou em uma hemorragia que obrigou os médicos a retirarem o útero da paciente sem o seu consentimento ou da família.
Com a família sem notícias sobre o estado de saúde de Alessandra, eles encontraram a trancista em coma, com braços e pernas enfaixados e com começo de necrose nos dedos da mão esquerda. Alessandra foi transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, em Botafogo, onde os médicos tentaram drenar seu braço, mas não conseguiram.
A opção era amputar ou arriscar a morte. A família autorizou a amputação e Alessandra passou meses no hospital, entre uma cirurgia e outra, e teve que reaprender a viver sem o braço esquerdo. “Foi um choque, ainda está sendo, entender tudo isso. Eu entrei no hospital e minha vida mudou depois disso”, explica Alessandra.
