A percepção de insegurança das mulheres dentro do próprio lar aumentou no Brasil, segundo levantamento do DataSenado e do Instituto Nexus em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV). A pesquisa entrevistou 21.641 brasileiras a partir de 16 anos entre maio e julho deste ano, mostrou que 21% delas veem sua casa como um local menos seguro, um crescimento de quatro pontos percentuais em relação a 2023.
A violência de gênero é percebida como crescente por 79% das mulheres. Além disso, 94% consideram o Brasil um país machista. Um estudo complementar do Instituto Sou da Paz, com base em dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, reforça a gravidade do cenário: 61% dos 207 feminicídios registrados no estado em 2023 ocorreram no ambiente familiar.
Os dados mostram que esse percentual equivale a 3,3 milhões de mulheres a mais sentindo-se vulneráveis em seus lares. A sensação de desrespeito também é alta, atingindo 46% das entrevistadas, índice que sobe para 49% quando se trata do espaço público.

A pesquisa foi criada em 2005 para amparar a Lei Maria da Penha em dados, também detalha os impactos da violência doméstica. Conforme o levantamento, 69% das vítimas (cerca de 24 milhões de mulheres) tiveram sua rotina alterada após agressões. Os danos se estendem às relações sociais (68%), ao trabalho (46%) e aos estudos (42%).
O perfil socioeconômico também é relevante: mulheres fora do mercado formal de trabalho sofrem violência três vezes mais, e 66% das vítimas têm renda de até dois salários mínimos. A pesquisa ainda revela que mais da metade das mulheres vive ciclos de violência que duram mais de um ano. Apenas 11% acreditam que as denúncias são feitas sempre ou na maior parte das vezes, refletindo os obstáculos para buscar ajuda.
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