A mobilização de aliados da base bolsonarista no Senado Federal, alcançou nesta quinta-feira (07), as 41 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A ação ganhou mais força após o ministro decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, por descumprimento de medida cautelar, referente ao julgamento dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Os votos coletados são o suficiente para que o pedido de impeachment passe a tramitar na casa e chegue eventualmente à fase das votações. Para que o ministro seja efetivamente retirado do cargo, a pauta precisa de 54 votos favoráveis, o que significa dois terços do colegiado.

Ainda na fase protocolar, o documento precisa do aval do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para ser tramitado. o parlamentar, no entanto, sinalizou que não dará parecer favorável ao processo.
“O parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento. Seguimos votando de acordo com o interesse da população. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza.” , disse o parlamentar.
A fala de Alcolumbre rebate também a ação da base aliada a Jair Bolsonaro que ocupou a mesa diretora da casa com a finalidade de obstruir o andamento de outros projetos, em protesto à prisão do ex-mandatário, episódio que foi classificado pelo presidente da casa como antidemocrático.
“A ocupação das Mesas Diretoras das Casas, que inviabiliza o seu funcionamento, constitui exercício arbitrário das próprias razões, algo inusitado e alheio aos princípios democráticos”, disse o presidente na ocasião.
Após quase 48 horas de reuniões dos senadores da oposição com o presidente do Senado, a ocupação teve fim nesta quinta-feira(07), em comum acordo entre os parlamentares e a casa volta à rotina normal de tramitação.
“Fizemos um esforço hoje, junto aos nossos pares e estamos neste momento nos retirando da mesa do Senado da República Federal para que os trabalhos possam fluir normalmente”, disse Rogério Marinho (PL-RN),líder da oposição no Senado.
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