ONU pede medidas ousadas para crise no Haiti que já registra 1.500 mortos em 2024

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O escritório dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório cobrando ações imediatas e ousadas no Haiti. No documento que foi divulgado nesta quinta-feira (28), a ONU considera a situação “cataclísmica”. Nos últimos 5 meses, foram registradas 1500 mortes de pessoas sem envolvimento com gangues.

De acordo com a ONU News, o alto comissário para Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que “combater a insegurança deve ser uma prioridade máxima para proteger a população e prevenir mais sofrimento humano”.

A recente crise de segurança no Haiti tornou difícil para a OPAS ajudar as autoridades de saúde a apoiar as pessoas deslocadas na área metropolitana de Porto Príncipe – Foto: Opas/David Lorens Mentor.

Para Volker Turk, é importante proteger as instituições essenciais ao Estado de direito, que foram atacadas na sua essência. O relatório mostra que nos últimos cincos meses a violência armada causada por grupos criminosos aumentou significativamente em intensidade e teve aumento no alcance geográfico no Haiti.

Ao menos 1.436 pessoas sem envolvimento com gangues foram afetadas. Entre janeiro e fevereiro 686 pessoas foram mortas, 371 ficaram feridas e 379 foram sequestradas. Entre os membros de gangues 695 pessoas ficaram mortas ou feridas no período. Houve um aumento de 40% nos afetados pela violência em relação aos dois meses anteriores.

O documento aponta que há duas gangues que lutam entre si por expansão de território e fontes criminosas de receita e além disso há disputas internas. Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, as fontes de renda das gangues são variadas, mas há pagamentos feitos por políticos e empresários, além de pagamento de “proteção” feito por indústrias e comércios locais.

O relatório mostra também que as gangues usam a violência sexual para espalhar medo, subjugar e punir a população. Segundo o relatado os grupos criminosos atacaram mulheres e meninas, que foram vítimas de violações e até estupro coletivo dentro de suas próprias casas, após morte dos maridos.

Os dados mostram que em 2024 cerca de 5,5 milhões de haitianos dependem de assistência humanitária, sendo 3 milhões de crianças, algumas até com desnutrição aguda, este é o número mais alto já registrado no país. Em setembro de 2023 na Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, IPC, um total de 44% da população sofria de insegurança alimentar, quase 4,35 milhões de pessoas.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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