Onde tem gado, tem fogo: cidades com maior rebanho bovino do Brasil são as mais incendiadas em 2024

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Entre janeiro e setembro de 2024, São Félix do Xingu, município do Pará (PA) liderou o ranking de áreas afetadas por queimadas, com um milhão de hectares atingidos. Nesses lugares, estão os maiores rebanhos bovinos do país. O Brasil registrou queimadas em 22,38 milhões de hectares, conforme apontado pelo MapBiomas no Monitor do Fogo divulgado nesta sexta-feira (11).

Essas queimadas foram espalhadas por diversas regiões do país. Em segundo lugar, está Corumbá, Município do Mato Grosso do Sul, com 741 mil hectares incendiados. Os incêndios equivalem ao estado de Roraima entre janeiro e dezembro deste ano, o que representa um aumento de 150% em comparação a 2023. 

Os estados de Mato Grosso, Pará e Tocantins concentraram mais da metade das áreas atingidas por queimadas deste ano. Mato Grosso liderou com 5,5 milhões de hectares queimados, seguido pelo Pará com 4,6 milhões e Tocantins com 2,6 milhões de hectares atingidos.

Segundo apuração do Brasil de Fato que deu a notícia em primeira mão, Ane Alencar, diretora de Ciências do Ipam e coordenadora do Mapbiomas Fogo revelou que o uso do fogo é comum nas práticas agropecuárias:

“E o uso do fogo na prática agropecuária no ano muito seco significa que aumenta muito o potencial desse fogo escapar e virar incêndio. E foi o que aconteceu”, diz. 

Dados indicam aumento de 150% da área queimada no Brasil em 2024 – Foto: CORPO DE BOMBEIROS RJ/DIVULGAÇÃO.

Amazônia

Entre os biomas brasileiros, a Amazônia foi a mais impactada pelas queimadas nos primeiros nove meses de 2024, representando 51% da área atingida. Ao todo, foram destruídos 11,3 milhões de hectares queimando no período.

Cerrado

Nos primeiros nove meses de 2024, o Cerrado teve 8,4 milhões de hectares destruídos pelas chamas. Somente em setembro, foram queimados 4,3 milhões de hectares, a maior área afetada para o mesmo mês.

Pantanal

O Pantanal foi o bioma que registrou o maior aumento percentual de áreas queimadas nos primeiros nove meses de 2024, com um crescimento de 2,306% em relação à média dos últimos cinco anos. Um total de 1,5 milhão de hectares foi consumido pelo fogo, sendo 318 mil hectares apenas em setembro. Durante esse mês, 92% da área queimada foram de vegetação nativa.

Outros biomas

A Mata Atlântica registrou 896 mil hectares queimados entre janeiro e setembro de 2024, dos quais 71% cobriram áreas agropecuárias. Em contrapartida, tanto a Caatinga quanto os Pampas sofreram uma redução nas áreas afetadas por incêndios no mesmo período, com 151 mil hectares e 3,1 mil hectares queimados, respectivamente.

Leia também: Brasil perdeu 110 milhões de hectares de vegetação nativa em quase 40 anos por queimadas, aponta MapBiomas

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