Para combater os avanços da covid-19 em Angola, o presidente do país, João Lourenço, declarou estado de emergência nacional da meia noite da última sexta-feira (27) até o dia 11 de abril. Até este domingo (29), o país registou oficialmente cinco (05) casos de coronavírus. O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, também declarou, neste sábado (28), situação de emergência no país, por 20 dias, medida tomada pela primeira vez na história das ilhas, para intensificar o combate ao novo coronavírus.
O país que regista até ao momento cinco casos positivos do Covid-19 e um óbito.
Na África Austral, há 1.233 infectados, dois mortos e 31 pessoas que conseguiram se recuperar. O número de mortes causadas pelo Covid-19 em África subiu para 117, em 46 países, 3.924 casos de poessoas infectadas e 276 doentes recuperados, segundo os dados registrados até às 12h deste domingo (29).
Mesmo com apenas cinco infectados em Angola, número considerado relativamente baixo quando comparado à países de outros continentes, a medida foi classificada como bastante eficaz pelo responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) em no país, Javier Aramburu: “Eu diria que, em geral, a ‘performance’ de contenção foi bastante boa, Angola foi dos últimos países a apresentar casos e o número de casos foi menor comparando com outros países de Africa”, destacou o medico epidemiologista.
No que diz respeito às medidas de contenção, o representante da OMS em Angola assinalou que elas permitem “melhorar a preparação”, mas lembrou que o problema é mundial: “É importante reconhecer que a transmissão está presente” pelo que os esforços devem ser “intensificados mais do que nunca”.
Em Cabo Verde, o presidente Jorge Carlos Fonseca declarou que a medida tem por objetivo defender interesses e valores fundamentais do país e da comunidade e para dar meios legítimos às autoridades para um combate mais eficaz à pandemia.
O período de emergência em Cabo Verde começou à meia noite deste domingo (29) e vai até 17 de Abril. Os primeiros casos registrados no país foram na semana passada, na Ilha de Boa Vista, onde três (03) turistas dois ingleses e uma dos Países Baixos foram detectados com o vírus. Um dos turistas ingleses, de 62 anos, morreu na última segunda-feira(23) e os outros voltaram para seus países. Na cidade da Praia, ilha de Santiago, estão confirmados outros dois casos, um casal.
De acordo com dados do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) da União Africana (África CDC), a África Central regista 200 casos, 9 mortes e 6 recuperações, enquanto a África Oriental regista 288 casos, quatro mortes e seis recuperações.
No Norte de África, onde se concentra a maior parte dos casos, o CDC actualizou os números, registando agora 1.522 casos, que resultaram em 85 mortos e 205 pessoas que recuperaram da infecção.
OMS diz que é preciso aumentar o número de testes
A OMS atua em Angola de diversas formas, desde a validação de diagnósticos, à disponibilização de testes, mas também no que diz respeito a normas técnicas de referência e assistência técnica, no âmbito da qual Angola conta já com um especialista de prevenção e controlo de doenças.
A organização internacional assume, entretanto, que é preciso aumentar o número de testes mas “em geral, os países não têm tido as condições ideais”, adiantou Javier Aramburu , explicando que se trata de testes moleculares que precisam de equipamentos sofisticados e pessoal bem treinado.
“Apesar dos esforços em conseguir obter meios de biossegurança e equipamentos de proteção social para o pessoal médico, a nível global há uma escassez. Não nos podemos esquecer que têm de ser trocados todos os dias, várias vezes, para que o pessoal fique protegido”, disse o responsável da OMS na esperança, a curto prazo, ser possível melhorar o abastecimento deste tipo de produtos com apoio das Nações Unidas.