Megaoperação tem 121 mortes, 118 armas aprendidas e 113 detidos.
Considera a mais letal na história do estado, a megaoperação realizada na última terça-feira (28) na Penha e no Alemão, Zona Norte, do Rio de Janeiro ainda tem muitas perguntas a serem respondidas pelas autoridades.
O número de mortos na operação, a descoberta de novos corpos por moradores do Alemão e da Penha, a identificação desses corpos, a situação que os corpos foram encontrados e a falta de apoio dos orgãos responsáveis pela retirada desses corpos da comunidade são algumas das questões que ainda não se tem uma resposta concreta.

Na terça -feira (28) o governo do estado divulgou que a operação teria deixado 64 mortos, 4 policiais e outros 60 suspeitos de envolvimento com o Comando Vermelho, porém na madrugada de quarta-feira (29) esse número quase dobrou quando moradores da Penha e do Alemão começaram achar corpos em uma mata que liga as duas comunidades, o número de mortos passou para 121 pessoas.
Identificação dos corpos: Até o momento desta reportagem somente 10 pessoas foram identificadas, 4 delas sendo os policiais que já começaram a ser enterrados. A Polícia Civil e o Ministério Público estão atuando em conjunto para identificação que deve demorar mais dois dias para concluir o processo completo de identificação. Os familiares das vítimas precisam se cadastrar no posto de atendimento do Detran, no centro da capital, para poder fazer o reconhecimento, que pode ser feito através dos horários da morte, locais onde o corpo estavam ou roupas usadas no momento.
Diferença na contagem do número de pessoas mortas na operação: A Associação dos Moradores do Complexo da Penha afirmam que foi encontrado 72 corpos e que todos os corpos foram enfileirados na Praça São Lucas, mas a Secretária de Segurança do Rio diz que foram retirados 63, nove corpos a menos que informados pela associação de moradores.
Falta de policiamento: Outras questão a ser respondida pelas autoridades é a falta de policiamento na remoção dos corpos encontrados pelos moradores, um rabecão dos bombeiros foi responsável por retirar os corpos.
Investigação por fraude processual: A Polícia Civil informou que as pessoas responsáveis pela retirada dos corpos da mata serão investigadas por fraude processual, segundo a polícia os mortos estavam com roupas camufladas que foram retiradas pelos moradores antes da chegada das autoridades.
Corpos decapitados: Segundo moradores alguns corpos encontrados na quarta-feira (29) estavam decapitados, faltando o membro da cabeça. Outros corpos tinham sinais de agressão, como marcas de corda e outros apresentam marcas de facada. A Polícia Civil afirma que só usou armas de fogo na megaoperação.
Isolamento da área: A área onde os corpos foram encontrados não foi isolada pela polícia, o que requer uma explicação das autoridades. A Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio encaminhou ofícios ao Ministério Público e às polícias Civil e Militar cobrando esclarecimentos
Força tarefa e medidas concretas
Foi anunciado uma ação conjunta entre os governos estadual e federal, o objetivo é conter a crise na segurança do estado do Rio de Janeiro, com a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado que foi divulgado pelo ministro Ricardo Lewandowski e o governador Claudio Castro.
Porém medidas concretas ainda não foram anunciadas pelos governos. O NP entrou em contato com a Secretaria de Segurança do Rio, mas até o fim desta reportagem não obteve retorno, o espaço continua aberto para esclarecimentos.









