A quantidade de pistolas liberadas pela Polícia Federal (PF) aumentou em 170% após a flexibilização promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Até o ano de 2018, eram 40 mil armas liberadas pelo órgão, e até 2021, esse total chegou a 108 mil pistolas.
Os dados foram obtidos pelo jornal Folha de São Paulo, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), e publicados nesta terça-feira (26). De acordo com o jornal, foram 19 decretos, 17 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam a compra e porte de armas de fogo.
Além da flexibilização da compra de armas e munições, o governo Jair Bolsonaro também liberou calibres mais poderosos que, anteriormente, eram de uso exclusivo das forças de segurança, como, por exemplo, os calibres .40 e 9 mm.
Ivan Marques, advogado e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que o calibre 9 mm era restrito às forças de segurança, Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs). “Tirar esses calibres da exclusividade das forças de segurança enfraquece a capacidade do policial e do Exército de combater criminosos armados, que agora têm condições de ter as mesmas armas alimentadas pelas mesmas munições. Dificulta também a investigação para determinar desvios, uma vez que os cartuchos 9mm e .40 agora podem ser comprados por qualquer pessoa”, alerta o especialista em entrevista à Folha.
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Para Natália Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, o cidadão começou a procurar armamentos mais modernos que os revólveres que eram autorizados, como o calibre 380. “Dentro da categoria de uso permitido tinha poucos calibres de pistola, inferiores ao .40 e 9mm. [Agora] a pistola dispara e recarrega mais rápido que o revólver, são armas mais potentes na mão do cidadão”, afirma.
