O Brasil já possui 21.048 óbitos, uma taxa de 6,4%, além de registrar 330.890 confirmações de pessoas infectadas. Como o País não faz exames em massa, ainda existe a preocupação da subnotificação de casos
A América do Sul é um novo epicentro de transmissão da Covid-19, disse Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira (22). No mesmo dia, o Brasil registrou 330.890 diagnosticados com COVID-19, 174.412 em acompanhamento (52,7%), 135.430 recuperados (40,9%) e 21.048 óbitos (6,4%), segundo o boletim do Ministério da Saúde com dados das Secretarias Estaduais de Saúde.
“De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento”, declarou o médico durante a entrevista coletiva diária da OMS sobre a evolução da doença.
O diretor de emergências ainda reiterou que a organização não recomenda o uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina para tratar a doença.
“Nós também notamos que o governo do Brasil aprovou a hidroxicloroquina para uso mais amplo, mas ressaltamos que nossas revisões clínicas sistemáticas atuais realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a evidência clínica atual não apoiam o uso generalizado de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 – não até que ensaios [clínicos] sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros”, ressalta o membro da OMS.
O ex-ministro da Saúde, Mandetta afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tentou mudar a bula da hidroxicloroquina no Brasil com o intuito de indicar o uso para a Covid-19. Estudos recentes, publicado na respeitada revista científica The Lancet, enfatizam que a cloroquina e a hidroxicloroquina não tiveram efeito em pacientes hospitalizados com COVID-19. A pesquisa com 100.000 pacientes descartou a eficiência desses medicamentos para combater o coronavírus e ainda enfatizam que o uso pode aumentam o risco de morte.
O Brasil carrega o triste título de ser a nação sul-americana com o maior número de casos e mortes pelo novo coronavírus. Sendo que, negros são maioria entre as vítimas fatais por Covid-19 no Brasil. Segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, 54,8% dos óbitos registrados são de pessoas pretas e pardas. Entre os pretos e pardos, que somam o grupo de negros, a porcentagem passou de 32,8% para 54,8% entre 10 de abril e 18 de maio, um período de quatro semanas.
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