Até este domingo (07), o Itaú Cultural realiza a 11ª edição de Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade, programação anual dedicada à cultura LGBTQIAPN+. Neste ano, vivencia o encontro entre gênero e negritudes. A programação aborda a intersecção entre esses dois campos a partir de experiências coletivas, celebrações negras, ampliação de narrativas, visibilidade e reconhecimento da diversidade de gênero, dentro da cultura negra e suas criações artísticas.
A temática é abordada com espetáculos de teatro, música, performance, mesas reflexivas, oficina de poesia onírica preta/LGBTI+ e um percurso pelos pontos pretos de São Paulo. As atividades são gratuitas, como toda a programação do Itaú Cultural. As reservas dos ingressos têm início sempre a partir das 12h da quarta-feira da semana anterior às sessões e devem ser feitas pela plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural.
Trata-se de um laboratório de reelaboração onírica e elaboração poética para pessoas negras e/ou indígenas e/ou LGBTQIA+ e/ou com deficiência ou qualquer outra subjetividade a quem a colonialidade capitalista cis-heteronormativa tenta interromper de sonhar. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo link https://itaucultural.formstack.com/forms/derrama_um_sonho.
Teatro, música e território
No final de semana, a programação de Todos os Gêneros, que começou durante a semana, segue com duas atividades por dia e extrapola os limites do Itaú Cultural.
No sábado (06), duas atividades integram a mostra. Uma delas é a performance TRANSEPRETO, um dispositivo performativo-reflexivo em forma de debate, que reúne artistas trans e pretos em um exercício de metalinguagem. Nela, a narrativa se constrói a partir da discussão real sobre a existência e resistência no Brasil de 2024 e sobre a poética da performance destes corpos.
A ação é dividida em dois encontros, chamados de transe, nos quais convidados abordam temas diferentes, mas complementares. Às 15h, Transe 1 debate sobre Ancestralidades, com a atriz carioca Aretha Sadick, a travesti, preta, gorda e periférica Ayô Tupinanbá e Thiffany Odara, mulher trans, negra, yalorixá, pedagoga e ativista. A mediação é de Luh Maza, que assina, ainda, a concepção e direção geral da ação.
Às 17h, Transe 2 trata de masculinidades, reunindo o roteirista, diretor, editor audiovisual Phelipe Caetano, o DJ, performer e articulador cultural Kung de Xangô e o artista trans WinniT. Aqui, a mediação é do roteirista, dramaturgo e ator Daniel Veiga.
Quem comanda a programação da noite é a cantora Ayô Tupinambá. Artista multifacetada da periferia de São Paulo, ela conta suas experiências e emoções por meio do seu canto. Já lançou as músicas Ancestravas, Inteire, Cabrera, Dona Maria Mulambo e Canto pra Sobreviver, a qual dá nome ao show, trazendo a experiência íntima da jornada da artista como travesti preta, gorda e periférica.
No domingo (07), o último dia da mostra começa às 11h, tendo o Itaú Cultural como ponto de encontro para a Caminhada Bixiga Negra, ação idealizada pelo Guia Negro e conduzida por Denise Rodrigues, guia de turismo e anfitriã de experiências no Guia. A atividade resgata histórias do bairro do Bixiga, reconhecido pela presença de italianos, mas que tem uma cultura e história negra muito vivas.
O percurso, feito a pé, dura cerca de 90 minutos e revela a presença negra e nordestina neste típico bairro paulistano. No passeio, os caminhantes visitam a Escola de Samba Vai Vai e o Quilombo da Saracura, passam pelo Instituto afroreligioso Ilê Ase Iya Osun, pela pastoral afro da Igreja da Achoropita e pela Casa de Capoeira do Mestre Ananias, entre outros lugares.
A programação final da 11ª edição de Todos os Gêneros acontece a partir das 19h, na Sala Itaú Cultural, com o show de Rico Dalasam. Ele apresenta o show do seu terceiro disco, Escuro Brilhante, Último dia no Orfanato de Tia Guga.
O álbum conclui a trilogia composta por Dolores Dala Guardião do Alívio (2021) e Fim das Tentativas (2022) e apresenta a fase mais pop de Dalasam. Com composições mais solares, faz um exercício de rememorar o ouvinte de seu brilho próprio, através do amor, em faixas como Sol Particular (Rico Dalasam, Dinho Souza e Mahal Pita), Imã (Rico Dalasam, Dinho Souza, Mahal Pita, Chibatinha e Ivyo) e Lembre Seu Brilho (Rico Dalasam e Dinho Souza).
SERVIÇO
Todos os Gêneros
No Itaú Cultural
De 2 a 7 de abril de 2024 (terça-feira a domingo)
Entrada gratuita. As reservas de ingressos têm início sempre na quarta-feira da semana anterior às sessões, a partir das 12h, através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
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