Mulheres do Sudeste e Nordeste são as que mais morrem por abortos, mostra pesquisa

WhatsApp-Image-2023-11-17-at-15.46.07.jpeg

Nos últimos oito anos, 396 mulheres morreram realizando abortos legais no Brasil. É o que revela um levantamento sobre aborto, realizado pelo Instituto AzMinas com dados do Ministério da Saúde. Segundo a pesquisa, esse número pode ser maior, já que os dados só contabilizam abortos legais, sem informações de que provocou o aborto ao ser atendida no SUS.

As regiões Sudeste e Nordeste são as com maior índice de mulheres mortas, em decorrência do procedimento. O Sudeste tem o maior número de mortes de todas as regiões, 133. Já o Nordeste soma 118. No Centro-Oeste, 41. No Norte, 70 e, no Sul, 34. Confira o painel completo aqui

O levantamento revela que a grande maioria das mulheres que morreram de aborto, são negras – Foto: Arquivo/Agência Brasil

Em setembro foi divulgado um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com outros órgãos. Segundo os dados, a mulheres negras têm probabilidade 46% maior de fazer um aborto, em todas as idades, em relação a mulheres brancas.

A pesquisa indica que a estimativa para o período 2016 a 2021 é de que, aos 40 anos, uma em cada cinco mulheres negras e uma em cada sete mulheres brancas terá feito um aborto.

Para a pesquisadora e uma das autoras do estudo Emanuelle Góes, todas as edições do estudo tiveram desigualdade racial. “Existem desigualdades raciais em todas as edições da PNA [Pesquisa Nacional de Aborto]. São sempre as mulheres negras que mais realizam abortos. São sempre as mulheres negras as mais vulneráveis ao aborto e, consequentemente, ao aborto inseguro”, reflete.

Mulheres entre 18 a 39 anos de idade participaram da pesquisa. A análise também foi baseada na Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), realizada nos anos de 2016, 2019 e 2021. A Fiocruz diz que a criminalização impede que as mulheres acessem os serviços de saúde público e privados para realizar aborto.

“O problema fundamental é que o aborto é tratado como um crime. A criminalização restringe o acesso das mulheres ao sistema de saúde antes do aborto, pois não é disponível, e depois do aborto, por medo de denúncias e represálias”, desabafa os autores do estudo.

Leia também Mulheres negras têm 46% mais chance de fazer um aborto no Brasil, revela pesquisa

Deixe uma resposta

scroll to top