Quase 50% das mulheres negras sofrem racismo em entrevistas de emprego, aponta pesquisa

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Mesmo com o crescimento de debates e políticas de diversidade de raça e gênero dentro das empresas, uma pesquisa feita pela plataforma Infojobs mostrou que o racismo dentro do mercado de trabalho ainda é muito presente. Entre as entrevistadas autodeclaradas pretas ou pardas, 49,5% sofrem racismo em entrevistas de empregos.

O levantamento mostra também que para 59,1% dessas mulheres, a etnia interfere na hora de se recolocar profissionalmente. Somado a isso, outras 58,8% profissionais afirmam ter sofrido preconceito em outras situações no mercado de trabalho.

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Levantamento relata que 49,5% das mulheres negras sofrem racismo em entrevistas de empregos. Foto: Pexels

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As respostas da pesquisa são alarmantes. Segundo a CEO do Infojobs, Ana Paula Prado, o estudo coloca em evidência a necessidade dos avanços no combate ao preconceito nas empresas. Uma das medidas para mudar esse cenário, segundo a especialista, é o investimento na capacitação dos profissionais de RH para uma conduta antirracista.

Além disso, é necessário criar políticas igualitárias que tornem as empresas mais inclusivas. “Só assim, iremos erradicar comportamentos racistas e machistas das organizações”, afirma Ana Paula.

Desemprego é maior entre mulheres negras

Uma vez que quase metade das trabalhadoras negras afirmam sofrerem racismo durante o processo seletivo, a pesquisa também aponta que elas são as mais atingidas pelo desemprego. Segundo o levantamento, 71,4% das respondentes estão desempregadas no momento.

Para 83% das mulheres entrevistadas, as pessoas brancas têm mais chances de desenvolvimento profissional do que elas devido às oportunidades desiguais e racistas no mundo do trabalho. Nesse sentido, 27,7% das respondentes acreditam que conquistar uma oportunidade é um grande desafio para mulheres, enquanto 26,3% apontam que obter reconhecimento e crescer na sua área profissional é o mais difícil.

O machismo também presente no campo profissional é mais um desafio para essas mulheres. Em uma pesquisa anterior da Infojobs, 52,1% das mulheres foram demitidas no último ano, sendo 61,1% mulheres pretas, 57,1% mulheres pardas e 47,6% mulheres brancas.

“Em 2022 a mesma pergunta foi feita, e os mesmos pontos apareceram em destaque. Isso mostra que é um problema recorrente, que precisa ser trabalhado urgentemente”, afirma Ana Paula.

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