O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta quinta-feira (20), que as mulheres receberam salários menores que os homens em empresas de 82% das principais áreas de atuação no Brasil. Os dados são relativos a 2022, são do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), excluindo apenas os Microempreendedores Individuais (MEI).
O IBGE analisou salários por gênero em diversas áreas de atuação, calculando as média. Dos 357 setores analisados, as mulheres ganhavam salários médios iguais ou superiores aos dos homens em apenas 63 deles, o que corresponde a 18% do total.
A área com a maior diferença salarial foi a de fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas, onde os homens ganhavam R$ 7.509,33, enquanto as mulheres recebiam R$ 1.834,09, uma diferença de 309,4%.
Ainda sim nos setores com alta presença feminina, como saúde, educação e artes, cultura, esporte e recreação, as mulheres apresentaram salários médios inferiores aos dos homens. O IBGE mostra que o Brasil tinha 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas em 2022, empregando 63 milhões de pessoas.
Conforme mostra o relatório que cruza dados da Pnad Contínua de 2023, do IBGE, o salário recebido por mulheres negras no Brasil é 47% menor do que a média dos brasileiros. O nível de desemprego entre mulheres negras e jovens, entre 18 e 24 anos, é três vezes maior do que entre homens brancos da mesma faixa etária.
Elas também são as que menos têm acesso às proteções garantidas pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Foi detectado que as empresas não contam com um olhar específico para a contratação e retenção deste grupo no mercado de trabalho. Enquanto metade dos homens brancos no Brasil têm carteira assinada, esse percentual entre mulheres negras é de 44%.
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