Mulher que agrediu entregador comparece à delegacia para prestar depoimento

A agressora do entregador de aplicativo Max Angelo, Sandra Mathias Correia de Sá, compareceu na 15ª DP (Gávea) na tarde de segunda-feira (17) para depor sobre o caso. A mulher, que foi vista atacando Max, já havia sido solicitada para depor na quarta-feira passada (12), mas não compareceu. Sua defesa apresentou um atestado médico naquele dia, alegando que sua cliente estaria lesionada. Ao chegar, Sandra não conversou com os repórteres. Ela estava acompanhada pelo advogado Roberto Butter, que afirmou que falará com a imprensa na saída, após o depoimento.

Ela foi gravada agredindo verbal e fisicamente Max Angelo. A agressão ocorreu no domingo (9) e foi registrado como lesão corporal e injúria simples. A polícia está avaliando se deve alterar para injúria racial, que tem o mesmo tratamento jurídico que os casos de racismo. Em um dos momentos da agressão, a acusada usou a guia de cães para chicotear o rapaz.

O advogado do entregador, Joab Gama, disse que seu cliente foi ouvido no dia do incidente, mas espera que ele seja chamado novamente nos próximos dias para complementar o inquérito policial com novas informações. Ele ainda afirmou que novas testemunhas provavelmente serão ouvidas pela polícia nesta semana, no inquérito que apura a injúria racial. Ele espera que no final do processo, haja justiça.

“Meu cliente nunca buscou visibilidade ou lucro, mas sim que ela [a acusada] responda criminalmente e que no final seja condenada, para que pelo menos sirva como referência para que outras pessoas não passem pela mesma situação que Max está passando agora”.

Agressora é banida de app de delivery

Sandra Mathias Correia de Sá foi banida do aplicativo de delivery iFood, no último sábado (15). Em nota, a empresa disse que “não tolera ofensas ou agressões a entregadores e entregadoras nem manifestações de preconceito, assédio, bullying e incitação à violência”.

A empresa explicou que “também serão punidos com a suspensão ou o cancelamento da conta os clientes que demonstrarem atitudes que envolvam homofobia, racismo, intolerância religiosa ou política, machismo, capacitismo — ou qualquer ação que tenha como objetivo ferir fisicamente ou emocionalmente os entregadores e entregadoras”.