No dia 14 de março de 2017, Emmanuel Macron torna-se presidente torna-se presidente da França e, acompanhado de nove pessoas de sua jovem equipe, sobe o tapete vermelho que os leva ao Palácio do Eliseu, sede do Governo francês. Entre eles apenas uma mulher. Uma negra, que sobe a rampa ao lado do presidente com suas tranças e seu vestido florido. Ela se chama Sibeth Ndiaye.
Menos de dois anos depois, Sibeth torna-se ministra e porta-voz do governo francês. Aos 39 anos, esta mãe de três filhos pequenos, ocupa um cargo a altura de suas competências. A até então chefe da comunicação e conselheira do presidente da república sempre teve uma relação muito técnica com a imprensa. Ágil e muito brilhante, a Sibeth também é muito direta: “Meu papel é proteger o presidente” – e técnica – “Não vamos cair na pós-racionalização” – e isso é dizer que assume manter um relacionamento estritamente profissional e eficaz com a imprensa.
Negra, feminista, mãe de gêmeas de 7 anos e de um menino de 4 anos, fruto de um casamento inter-racial, Sibeth nomeou uma equipe de primeiro escalão composta exclusivamente por mulheres.
A nova porta-voz do governo francês é filha de um casal que militou pela independência do Senegal na década de 1950. Sibeth chegou à França quando tinha 15 anos e só se naturalizou francesa há três anos, em 2016. Ela terminou seus estudos no Liceu Montaigne, um dos melhores de Paris, também conhecido pelos alunos de famílias da elite, a maioria brancos: “Foi a primeira vez na vida que me dei conta de que era negra”, diz porta-voz do governo francês ao jornal francês Le Point.Os colegas de classe perguntavam se ela vivia num cubículo e se tinha eletricidade em casa. Na época, o pai de Sibeth era deputado na Assembleia do Senegal.
Sibet é conhecida por comandar com “mãos de ferro” a comunicação do presidente francês. Única mulher da equipe que trabalhou para Macron na campanha presidencial, ela já atuava como assessora de imprensa do presidente desde a época em que ele foi ministro da Economia de François Hollande, seu antecessor .
No idioma diola, falado no Senegal, seu nome significa “aquele (a) quem venceu muitas lutas”. E Sibet, enquanto mulher, negra, africana e porta-voz do governo francês tem e terá ainda muitas lutas a vencer.