Mulher que chamou entregadores de “macacos” passa por audiência na próxima quinta (16)

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A defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo vai passar por uma audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (16) no Fórum de Niterói (RJ). Ela é acusada de cometer injúria racial contra dois entregadores dentro de um condomínio de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, em abril de 2022. 

A sessão que era para ter acontecido no dia 14 de fevereiro, foi adiada por falta de duas testemunhas indicadas para a defesa da ré. Segundo o advogado de Cláudia, Marcello Ramalho, uma das pessoas que estava sendo esperada foi intimada, mas não justificou sua ausência. Para a audiência desta quinta-feira (16), a Justiça determinou a condução coercitiva da testemunha como forma de impedir uma nova ausência.

Claudia e o advogado Foto: Reprodução/TV Globo

Marcello disse que a segunda testemunha não compareceu à audiência, pois não chegou a receber a intimação em fevereiro deste ano porque o cartório não expediu a carta precatória solicitada. Além das duas testemunhas, Cláudia também irá depor em audiência.

Em outubro do ano passado, meses após o caso de injúria racial ter acontecido, Cláudia Barrozo entrou com uma queixa-crime contra o entregador Eduardo Peçanha Marques. Ela afirma que o homem a difamou e ofendeu sua honra.

De acordo advogados de defesa, a queixa-crime seria pelas ofensas proferidas por Eduardo, de cunho sexual e sexistas com as frases “mulherzinha nervosa”, “vovó está com pressa”, “vaca do inferno” e chamado a filha de Cláudia de “gostosona”. Segundo a defesa, o  entregador ainda teria dito as palavras segurando o seu órgão genital.

O advogado Joab Gama, que representa o entregador, em entrevista ao jornal O Dia, contesta a versão apresentada por Cláudia. Ele diz que as acusações são mentirosas e sem fundamento.

“No dia dos fatos, supostamente ele teria a ofendido com várias palavras e segurado em sua genitália. Estaremos lá para mostrar a verdade real e desmascarar todas as falácias proferidas por essa mulher sem escrúpulos”, disse Joab.

O caso

A investigação de injúria racial feita pela Policia Civil, começou no dia 30 de abril, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, quando a defensora pública, Cláudia, agrediu verbalmente dois entregadores em um condomínio de luxo em Itaipu.

No vídeo gravado por uma das vítimas, é possível ouvir a mulher os chamando de “macacos”. Em seguida ela entra em um carro de luxo e arranca saindo do local.  O caso foi registrado pela polícia civil como injúria por preconceito.

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A mulher foi chamada para ir à 81ª DP (Itaipu) três vezes após o registro da ocorrência, mas, de acordo com o delegado Carlos César Santos, ela não apareceu nenhuma das vezes no local. O inquérito foi fechado e encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) somente com o depoimento das vítimas.

Marina Lopes

Marina Lopes

Marina Lopes é jornalista e escritora juiz-forana, apaixonada pela palavra e por contar histórias através dela.

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