O ministério Público de Pernambuco (MP-PE) protocolou um pedido para que Sari Corte Real seja condenada por abandono de incapaz qualificado, o que resultou na morte do menino Miguel, em junho de 2020.
O documento foi entregue na sexta-feira (3) e o MP ressalta as responsabilidades da acusada. “Apenas pelas idades, dela e da criança, já seria natural esperar um comportamento diferente da acusada, pois naquele momento, não apenas convencer e demover a criança de seu intento seria o esperado, mas sim remover a criança do elevador e conduzi-la em segurança de volta ao interior do apartamento, (…) ou seguir com ela no elevador ao encontro da mãe (…). O que não poderia ter acontecido era o abandono da criança no interior de um elevador”, destaca o promotor na manifestação.
No entendimento do MP-PE, houve abandono de Sari, o que ocasionou a morte do menino de cinco anos. O crime, segundo os advogados de Mirtes, que atuam como assistentes da promotoria, ocorreu por motivo fútil e a tese da defesa tenta transformar o menino de cinco anos em adulto, enquanto infantiliza Sari Corte Real. “Não se pode admitir que se negue a infância de Miguel Otávio”, diz o documento.
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No trâmite normal, o documento segue para avaliação e manifestação da defesa de Sari Corte Real e, logo após, o juiz designado dará a sentença.
Relembre o caso
Miguel tinha 5 anos, foi deixado pela mãe, Mirtes Renata, com a ex-patroa, para que Mirtes saísse com o cachorro da família. Sari Corte Real deixou Miguel sozinho no elevador do condomínio de luxo que ela mora, no Centro do Recife e o menino caiu do 9º andar do prédio.